Grand Sun

Sal Y Amore
2020 | Aunt Sally Records | Rock

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Há pouco mais de um ano quando lançámos o nosso primeiro EP queríamos imenso apresentar o projeto aos media e tocar ao vivo. Mas depois debatemo-nos com a realidade de percorrer o país, crescer com as adversidades, responsabilidades e lidar com os problemas que foram surgindo. E bater de frente em muitas circunstâncias.

O Sal Y Amore é a genuína representação deste momentum.

#1 River

O disco abre com este drone instrumental tal como abrimos os nossos concertos, um crescendo do silêncio à abstração e ausência de forma. Produzir este disco com o André Isidro (Treehouses 2299, Ditch Days, Basset Hounds) atira este momentum inicial para o wall of sound do Shoegaze e do Kraut, do Psicadélico e muito frequentemente ao vivo cantamos a história deste rio.

#2 She Wants You

É a primeira música, per se, do disco depois do intro e é a malha com que abrimos os gigs. Quando a banda entra distende a tensão criada com a River desdobrando-se num prisma stoner, psicadélico e post rock. A música é um loop negro contínuo que fala sobre um tipo perdido nas suas deambulações, sem decisões tomadas e um exemplo do sufoco e da ansiedade em querer experimentar tudo ao mesmo tempo.

#3 Veera

A Veera foi composta no verão de 2018 em Tavira, na semana em que lançámos o nosso primeiro single, Go Home. Para nós foi um pouco overwhelming começar a ouvir os media e tanta gente a falar de nós e numa fase de processar isso com uma pontinha de vaidade inocente à mistura, a Veera surgiu como hino à contemplação e à expansão. Eu estava mega interessado no misticismo oriental e na ideia da possível reciprocidade no amor, daí que a música toque na seguinte temática ‘Não interessa o que faças ou quem és, eles vão te amar de qualquer das formas. Menos a Veera, que não é louca, só não é como tu.

#4 Feeling Tired

A Feeling Tired é o primeiro Single do Sal Y Amore e foi também o primeiro Single que lançámos depois do nosso EP. Marca a transição para esta fase post punk e garage, bastante mais presente neste disco. Não tivemos muitas dúvidas sobre esta escolha para o primeira amostra pois sempre foi uma música que ao vivo interage bastante com o público muito devido ao facto de força do segundo verso. E dos baby’s claro.

#5 Dear Ruby

Houve algumas reticências em colocar esta música no disco, por ser a primeira malha composta para o novo disco sentimos que não era crescida o suficiente. Uns dias antes de entrarmos em estúdio andámos ali a tentar umas mudanças e cada vez que pegávamos nela embarcávamos numa versão mais esotérica. Ao vivo tocávamos a versão simples. E a versão de estúdio acabou por ser uma bela surpresa.

#6 Dear Ruby II

Este é o segundo momento instrumental do disco, um pulsar de sintetizadores que dá sequência à frase “I’ll be sitting and drinking, drinking, drinking…”

#7 Palo Santo

Na Tour do nosso EP tivemos uma noite extremamente bizarra. Tocámos com os Bongo Club, uma banda sueca no Side B, em Alenquer. A sala estava vazia, demos um mega concerto, fizemos uma tatuagem no backstage e terminamos a noite num hostel com um forte cheiro a incenso, que descobrimos ser Palo Santo a ser queimado. Então levamos esse cheiro a 70s para o estúdio e experimentamos nessa linha. Dividimos a música em 2 (Santo Palo x Palo Santo)

#8 Santo Palo

Esta música faz parte da anterior, continuando-a e por isso não a pensamos separada. É mesmo curioso porque no início da banda tivemos uma fase em que gramávamos imenso de bandas de Prog e parece que esta malha é uma referência a isso.

#9 A Picture

Bem, esta música é assumidamente sobre a ex-namorada do Simon e sobre o fim lastimoso da relação deles. Surgiu de um retalho, que é uma frase que se completa a si própria “A picture of me in my bed smiling all the time to you its what i see, and you and me, and a picture (…)”. E durante muito tempo foi só isso. Mas a letra em perspetiva e com o tempo ganhou um significado superior e escreveu-se sozinha. É uma música sobre redenção e um pedido de desculpas a nu.

#10 Circles

E por fim, a Circles. Sobre aceitação da vida que se tem – Sometimes you don’t get what you want – e pessoalmente sobre o limbo constante em que uma pessoa está enquanto constrói a sua personalidade. É a música mais frenética do disco, com mais nervo, e que melhor define a transição para esta fase mais ácida da banda. E das que mais define o que é Grand Sun ao vivo.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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