Nós somos os Loosense e este é o nosso “Faixa a Faixa” que conta com os comentários dos compositores de cada música do nosso novo disco, “Saloon”.

“Um conjunto de olhares e interpretações diferentes é o que está na base da criação desta música. Como podemos saber o que diverge entre nós quando temos uma sensação musical? Pois aqui temos uma divagação de sonoridades que pretendem tudo menos responder a isto, e sim criar ainda mais perguntas.

Numa viagem que paira por vários mundos e nos inquieta, foram várias as influências que levaram a esta música, que nos leva a um inquieto mantra, que conta com a virtuosa e fulminante colaboração do incrível guitarrista flamenco Marco Alonso num solo.” – Gonçalo Mahú

“Foi feita logo depois de ter começado a Taifa, e em certa medida é uma abordagem quase oposta que resultou numa música mais imediata e, diria eu, com mais hook. Em termos de composição, o tema pergunta-resposta entre instrumentos está bastante presente ao longo da música, havendo uma utilização mais melódica do baixo nessas partes.” – João Completo

“daBox é o terceiro tema de Saloon, e talvez seja aquele que conta mais com a secção de cordas da banda e os seus “riffs” e “overdrives”. Vive quase toda em redor da mesma frase melódica, que a certa altura é vestida com um ritmo mais energético, dando azo a um jogo improvisado de pergunta-resposta entre as duas guitarras. Só no pré-refrão é que a música demonstra a sua faceta mais metálica e complexa.

Mesmo tendo uma estrutura “normal”, daBox termina num groove caótico e repetitivo, sem jamais voltar a casa. Este é acompanhado de um dissonante solo de guitarra.” – Diogo Marrafa

“Tudo começou com a melodia e o groove do início feitos por mim em forma de demo super crua no Logic. Mostrei ao Gonçalo numa das nossas jams em duo e ele magicou aquela linha de baixo. A partir daí e com o desenrolar da jam a música foi-se construído naturalmente. As secções de solos surgiram-me depois em casa já a pensar nos solistas em específico. O primeiro pedia claramente aquela “soltura funkiesca” do nosso Zé e o segundo, que serve quase como uma Outro à música, transporta-nos para outros universos à boleia do drum&bass assegurado pela secção rítmica.” – Pedro Nobre

“A redescoberta do passado é algo que acompanha uma grande parte dos músicos, e aqui não é uma exceção. Villain é uma música que bebe algo das sonoridades dos anos 80 e 90, e que ao estilo de Loosense pinta algo por cima de uma tela do passado, resultando numa sonoridade fresca, viajando entre o jazz e o pop.” – Gonçalo Mahú

“Foi a primeira música do álbum que surgiu e a última a ser acabada. Teve várias versões diferentes, e foi um processo longo onde se quis levar ao limite a ideia de construir uma narrativa que junta referências e universos distintos, mantendo um fio condutor coerente.” – João Completo