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“Senso Comum” é o primeiro álbum gravado em estúdio dos Men On The Couch. Após vários anos a tocarem juntos, a banda madeirense decidiu aventurar-se no BlackSheep Studios em Sintra para eternizar as músicas acumuladas na gaveta. Assim nasceu Senso Comum, o primeiro trabalho discográfico da banda, que carrega todas as felicidades, desilusões, pensamentos e teorias que uns miúdos de 23 anos possam ter. Nesta viagem, Guilherme Gomes, João Rodrigues, Tiago Rodrigues e Francisco Sousa vêm mostrar que a Madeira não é só Poncha e Cristiano Ronaldo.
Em “Senso Comum”, cada canção tem uma ilustração correspondente, que representa o tema da canção. O conjunto de todas ilustrações resulta na capa do álbum.
“Introdução” é a faixa que nos prepara para as melodias delicadas, mas também para a força e distorção que o álbum pode ter.
“Enredos” fala sobre a sensação de estar a viver num país estrangeiro onde a língua é diferente, não conhecemos ninguém, os hábitos são outros, o clima não é o mais favorável, mas onde existe também uma pessoa que nos faz sentir em casa.
O que é que acontecia se morrêssemos amanhã? Ficava tudo igual? Iam chorar por nós? Faziam uma grande festa? Era bolo de quê? É nesta premissa que se baseia a música “Se Eu Morresse Amanhã”, numa abordagem leviana e recheada de ironia a esse tópico que aflige a humanidade desde sempre, apenas para chegar à conclusão que a vida continua e “o mundo continua a girar”.
“Clickbait” aborda o lado mau dos youtubers em Portugal. Um tema pouco abordado no repertório de canções nacionais, mas que na verdade tem pano para mangas. A batalha pelas visualizações e pelos clicks, leva alguns youtubers a perder o senso comum e a deixar muitas vezes a dignidade de parte.
A areia é branca, o mar está calmo, e o sol (ainda quente) ameaça ir-se embora. Estamos no Porto Santo, o cenário perfeito para a 5ª faixa do álbum. Areia conta uma história passada de amor numa ilha semelhante ao paraíso, intensificada pelos beijos salgados, mergulhos no mar e cervejas na areia.
“Na lua” fala de alguém com a cabeça constantemente na lua, que só quer convidar outro alguém especial para mostrar como é bonito lá em cima. Para mostrar como existe liberdade para saltar, dançar, cantar e não se preocupar com absolutamente nada.
“Sol” é uma música sobre saudade. Saudade de um amor interrompido. Saudade de quando o sol beijava a rapariga dos cabelos aos tornozelos. Saudade de quando o sol entrava pela janela enquanto estavam os dois no quarto. Saudade de quando sol ficava envergonhado, quando o rosto dela iluminava meio mundo, bem mais rápido que o próprio sol. Saudade de quando o sol era o catalisador de um grande amor.
Em “Senso Comum”, ficamos sempre na eminência de ouvir um palavrão, no entanto somos sempre surpreendidos por um trocadilho inteligente (ou não) do cantor. No fim essa premissa vai toda por água abaixo, assim que se ouve, repetidamente, que às vezes sabe mesmo bem mandar alguém à merda. Apesar de ordinário e brejeiro, é a mais pura das verdades. Seja um santo ou um diabo, já toda a gente quis mandar alguém à merda.
“Ligue já 760 … …!”. Todos os portugueses já ouviram esta famosa frase, repetida à exaustão nos programas de manhã e de tarde da televisão nacional. “760” aborda tudo o que está mal no panorama televisivo português, desde a futilidade dos reality shows, a monotonia das telenovelas às doutrinas sensacionalistas de alguns telejornais.
It’s Okay é a única canção do álbum que não é cantada em Português, remetendo para as origens dos Men On the Couch, quando só compunham músicas em Inglês. A música fala da tremenda injustiça de amar e ser amado, mas não haver amor, porque está cada um do seu lado.
O álbum termina tal como começa, mas desta vez com mais força e de uma forma mais épica. “Conclusão” juntamente com “Introdução”, fazem com que o álbum seja um só.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)