Silente é o novo projecto de Miguel Dias e Filipa Caetano e que conta com a colaboração do escritor/poeta Frederico Pedreira nas letras.

Este primeiro disco, homónimo, foi gravado no período 2015-2019, durante o qual o gosto pela experimentação contribuiu para alongar, sem pressas, todo o processo criativo.

A totalidade dos temas é de autoria de Miguel Dias, que assegurou igualmente grande parte da instrumentação. As vozes são de Filipa Caetano, que já tinha colaborado com Miguel Dias no último disco de Rose Blanket (“Nothing Ahead Nothing Behind“). A masterização foi feita por Miguel Pinheiro Marques (Arda Recorders).

Este disco demorou mais de 5 anos a ser feito, mas esta música foi feita e gravada num dia, com excepção da voz, que ficou a aguardar letra.

Uma história de amor. Uma Mãe e um Filho. Os papéis invertidos.

Um teclado ligado a pedais de guitarra. A dada altura, quando a música ganhou forma, nada mais me sugeria que uma dança.

Resquícios de Rose Blanket. A guitarra de jazz com um amplificador de heavy-metal, os tempos, ou a falta deles, tudo instintivamente. Depois a música vai por outros caminhos. Já não é Rose Blanket.

O tema escolhido para a apresentação deste disco. Uma canção convencionalmente pop, envolta em experimentação. O som da caixa da guitarra eléctrica, os teclados ligados a pedais de guitarra. Uma voz frágil e doce. Num impasse, em espera…

“Centralia, a cidade norte-americana que arde desde 1962. Na década de 1960, uma pequena cidade mineira do estado norte-americano da Pensilvânia tornava-se notícia. Centralia sucumbia a um fogo que alastrava no seu subsolo em antigas galerias de minas de carvão. Volvidos perto de 60 anos esse mesmo fogo mantém-se na cidade moribunda, envolta em emanações tóxicas.”

O 1º tema feito e gravado para este disco. Na verdade, depois foi regravado, mas sem alteração de composição.

Lucas 24: Então, lhes admoestou Jesus: “Ó tolos de entendimento e lentos de coração para crer em tudo quanto os profetas já declararam a vós!”

Por ora é o meu tema preferido. Depois de gravado e quase concluído, o que me parecia óbvio não era tanto assim. A música afinal progredia com variações de compassos e tempos. Ainda assim, foi feita para ser uma canção simples. Com mais um poema do Frederico Pedreira.

As máquinas de uma oficina de joalharia marcam o som e o ritmo. Uma terra imaginária dá o nome ao tema. Diferentes linguajares em crescente sobreposição. A melodia e o ruído lutam entre si para prevalecer.

Ele estava de partida. Ele pediu e ela foi ter com ele. Ele acabou por ficar. Ela apaixonou-se.

Duas guitarras em paralelo sugerem a impossibilidade de caminhar em conjunto. Mais tarde ou mais cedo a ruptura.