Foi na Igreja da Misericórdia de Viseu, feita palco de teatro e música em 2018, que um punhado de artistas (Rui Sousa – Dada Garbeck, João Pedro Silva – The Lemon Lovers e Gonçalo Alegre – Galo Cant’às Duas) viria a conhecer o Sr. Jorge Novo, sacristão, ex-lapidador de diamantes e ele próprio uma preciosidade escondida que rapidamente conquistaria o coração de quem o ouviu. Foi desse encontro inesperado e feliz, foi dessa surpresa e dos afetos que ela desencadeou, que nasceu este EP sr. jorge, exercício generoso de troca e de diálogo criativo entre universos artísticos que, frequentemente, estão condenados a viverem separados.

Letra de Filomena Gigante – Este tema retrata a solidão de uma velhice frustrada, que após uma vida de sucesso todos nos arriscamos a ser palhaços esquecidos, mesmo que remediados, esquecidos.

Refere a efemeridade das conquistas da vida e o valor que têm a quando do fim da vida, o abandono de amigos e familiares e o conformismo com que enfrentamos o tempo varrendo as magoas sempre que possível

Letra de João Pedro Silva – O Cobertor expressa a angústia do sentimento de traição e da sua incerteza. Sentimentos tão fúteis como o ciúme podem iludir-nos e induzir-nos em erro. Mas sempre que um amor é tão profundo, para conforto do outro, conseguimos conter a urgência de repreender. É destes e de outros sentimentos que nos fala o “Cobertor”. Que muitas vozes cantem no seu aconchego.

Letra de João Oliva – Nada é mais misterioso e ao mesmo tempo tão concretamente destruidor como o tempo. Qual a história do nosso tempo? Qual é o nosso tempo? Que fado é este o do tempo e o que é que ele representa? Há algo mais dúbio do que o tempo? A certeza que devemos ter é que no passado ou no presente é sempre um tempo de Amor.

Letra de Maria João da Trindade Gomes – Por mais cliché que seja, a dor da perda é a mais dolorosa e persistente nas nossas vidas. Esta música é um memorial em nome de Armando Gomes Novo, pai do Jorge Novo vocalista e que dá nome a este projeto e em memória dos falecidos amigos que o apresentaram ao fado. A tristeza de uma partida sem uma despedida digna não supera a alegria das bonitas memórias. E assim vivemos na esperança que as memórias que são quase nada sejam solução para a felicidade.

Letra João Pedro Silva – Os devaneios de uma alma boémia, que bebe até transbordar verdade e começa por admitir que não tem cura. A decadência deste ser boémio inveja a feliz ignorância de quem não conhece os perigos dos vícios que tudo escurecem tal como a noite.