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Ah, where have they gone, the amblers of yesteryear? Where have they gone, those loafing heroes of folksong, those vagabonds who wander from one mill to another and bed down under the stars? Have they vanished along with footpaths, with grasslands and clearings, with nature? – Milan Kundera
The Loafing Heroes são uma banda em constante evolução, liderados pelo vocalista, guitarrista e compositor irlandês Bartholomew Ryan. A banda de Lisboa simboliza um encontro internacional de ideias musicais: João Tordo (Portugal) no contrabaixo, Giulia Gallina (Itália) na voz, piano e concertina, Judith Retzlik (Alemanha) no violino, e Jaime McGill (Estados Unidos) no clarinete baixo. As suas canções falam de viagens por paisagens imaginárias e personagens revolucionárias, vagabundos e almas que partiram. A sonoridade da banda vai do folk irlandês e americano, à musica ambiente dos anos 70, até ao indie contemporâneo, passando pelas canções dos trovadores.
Depois de viver quatro anos na Dinamarca onde começou escrever canções sob o nome “The Loafing Heroes”, Bartholomew morou em Berlim (2007-2011), onde gravou três álbuns dos The Loafing Heroes: Unterwegs (2009), Chula (2010), e Planets (2011). Chegou em Lisboa em 2011 por causa da poesia de Fernando Pessoa, do mar e da beleza da cidade, e ganhou uma bolsa de pós-doutoramento em filosofia para escrever sobre Nietzsche, Pessoa e Kierkegaard. Durante a primeira noite em Lisboa, no fim de setembro de 2011, encontrou o contrabaixista João Tordo num bar no Cais do Sodré, e os dois falaram muito sobre música e literatura. João juntou-se ao Bartholomew para tocar música e o projeto The Loafing Heroes continuou em Lisboa dando vida a uma nova época. Em 2012, a Judith juntou-se no violino e em 2013 chegou a Giulia, com voz, piano e concertina. Jaime McGill no baixo clarinete, que já tinha tocado nos álbuns em Berlin, continua sempre a tocar e a gravar com a banda.
Em 2014 lançámos o nosso primeiro álbum em Portugal com a FNAC, com o título Crossing the Threshold. Em 2015 fizemos uma digressão na Irlanda para apresentar este álbum que teve um grande sucesso.
De volta em Lisboa, gravámos em Novembro 2015 com o grande produtor Tadklimp (originário da Grécia/Berlim) o quinto álbum dos The Loafing Heroes, chamado The Baron in the Trees. O título do novo álbum é uma forma de subversão ou rebelião a nossa época focada no materialismo e na rapidez das coisas. E o título vem de um romance italiano que adoramos e que representa a ideia e o estilo da banda, onde o protagonista decide subir a uma árvore e nunca mais descer, vivendo uma vida cheia de aventuras surpreendentes. Este é um álbum orquestral e cheio de cores, devido aos vários instrumentos presentes, tais como o piano, o violino, o clarinete baixo e a concertina. A banda continua a privilegiar os temas da morte, da vida errante, do amor perdido e da regeneração, valorizando o lado poético das letras.
O lançamento do disco terá lugar na sexta-feira dia 6 de Maio no MusicBox em Lisboa, onde vamos tocar todas as canções do novo álbum e mais alguns temas inéditos.
O álbum começa com o single O Outro Lado: depois de Crossing the Threshold (2014), estamos agora no reverso das coisas: num espaço de sonho e de cores, numa viagem ao desconhecido: a banda atingiu a maturidade na forma e no som, acompanhada das inspiradoras letras de Bartholomew Ryan.
Na segunda faixa, Gypsy Waltz, Giulia Gallina estreia-se como voz principal, transportando no seu extraordinário timbre uma história de bruxas numa noite de Outono.
Esta canção persiste no tema do caos e do cosmos, uma espécie de clássico pop a velocidade mais lenta, escrito pelo nosso grande amigo Michael Hall que foi o produtor do primeiro álbum da banda (Unterwegs, 2009), e que faleceu em 2013.
A sedutora faixa Crossing Roads, que mantém uma mistura de acústica folk e pop sem percussão, celebrando as transformações e a inspiração das amizades complexas.
É uma canção profundamente romântica sobre o amor, a morte e um caminho aberto e sem fim, embebida na tradição irlandesa-americana da música folk, enriquecida pelo contrabaixo de João Tordo.
O primeiro lado do álbum termina com Loyal to Your Killer, uma imagem inesperada e janela para o lado destrutivo do amor, acompanhada do belíssimo violino de Judith Retzlik.
O segundo lado abre com Gates of Gloom, impulsionado pelo baixo, guitarra eléctrica e trompete, na faixa mais “dançável” do álbum.
Esta canção possui o mesmo frenesim, com o baixo clarinete de Jaime McGill fundindo todos os outros instrumentos na canção, a letra busca inspiração ao poeta irlandês Yeats.
A nona faixa, Caitlin Maude, novamente com Giulia Gallina na voz, é uma ode despida e jazzy à arrojada poeta de Connemara que escrevia em gaélico.
É quase uma canção de embalar, que fala do reciclar de todas as coisas e do vazio que nos cerca.
Já perto do final, o pungente e desolado God’s Spies, que devolve a banda às suas raízes folk ao relembrarmos o nosso amigo Michael Hall (que escreveu a canção no primeiro lado do álbum – Collapsing Star), e faleceu em 2013.
O álbum fecha num pico musical e lírico – com a enigmática e majestosa Javali, uma canção que combina o yin e yang dos Loafing Heroes e o nosso tema eterno do despojamento e da renovação. É uma canção que inclui todos os temas da banda, do ponto de vista musical e lírico, onde quem ouve dá por si a vagar dentro de um universo onírico e flutuante.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)