//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Pensar este disco à distância de cerca de dois anos, que foi quando o começámos a compor, passando pelo momento em que o gravámos (em 2017 no Blacksheep Studios) e pelo período que não estivemos a tocar (por termos estado a viajar cerca de meio ano) é uma tarefa curiosa. Acho que mudámos bastante no decorrer do processo e a própria perceção das músicas mudou bastante também.
As simples as it goes: o António chegou ao estúdio com uma ideia de um riff que ficasse no ouvido e tinha esta frase na cabeça “I just wanna go home”.
Achamos que foi uma música pensada logo desde a sua fase inicial para ser a lead do disco. Como já andamos a tocar estas malhas há algum tempo ao vivo e geralmente a Go Home faz com que as pessoas se alterem todas, não houve muitas dúvidas quanto a assumir como o single porque é a das que melhor expressa Grand Sun. Ali no final da música na parte das palmas há um coro de vozes (umas dez ou quinze pessoas). Fizemos esse dia de captação com o Bruno Plattier que às tantas decidiu largar a mesa de mistura e vir cantar connosco o último refrão.
Há uma história curiosa sobre esta música: O Simon enquanto esteve em Praga costumava frequentar um bar chamado Zazémi e todas as noites havia um senhor que trazia um chapéu e um kazoo. Andava à volta das pessoas a conversar e a cantar músicas tradicionais checas. Havia frequentemente concertos nesse bar e por isso havia instrumentos disponíveis para tocar, então quase por acidente um dia deu-se uma versão da Little Mouse ao vivo naquele bar porque o pessoal foi-se juntando a tocar a música.
Um jovem e o seu livro encontram-se num banco de jardim. Mal se senta, repara ao fundo numa rapariga que trata das suas flores e de o que a rodeia com o carinho e respeito que tudo deve ser cuidado. No rapaz, finalmente há algo a despertar nele tal como as flores despertam na primavera, um amor platónico de mundos e fundos.
A Flowers é apenas mais uma história que vai à procura do amor inocente que apenas jovens perdidos num jardim podem imaginar.
A Clown é o não pertencer. É o não ser entendido. É correr, brincar e gritar e ninguém ouvir. A Clown é mais uma fase dum menino a tentar crescer, a tentar perceber o seu lugar no mundo percorrendo léguas e léguas; apercebendo-se que nunca sai do mesmo sítio: a procura incessante do infinito eu.
A música evolui e finalmente há uma aceitação estoica de quem nós somos no final: palhaços com sonhos para sonhar e tartes para atirar.
Foi a malha a par da Round onde fomos explorar mais o estúdio. Somos e seremos sempre super apaixonados por experimentar coisas on-the-site.
Inicialmente tínhamos pensado a Round and Round para ser a faixa de abertura do disco não só pelo seu caracter de crescendo constante até ao refrão, mas por dar início a uma história cíclica sobre um miúdo que ia crescendo e descobrindo o que se passa à sua volta. Muito embora tenhamos dado uma outra temática ao disco prevaleceu a história pensada para este segmento (coisa que aconteceu com a Go Home também). Na altura o Simon tinha a cabeça cheia de expressões idiomáticas, pequenas frases que ia ouvindo aqui e ali, e isso resultou em algumas alusões que fazemos na música. É fortemente inspirada por um livro infantil chamado “Viagem ao Topo do Mundo”, uma obra simples e curta que fala sobre um rapaz que, ao pôr as coisas em perspetiva percebe que há sempre algo mais alto que ele.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)