David Bruno

O Último Tango em Mafamude
2018 | 1980 | Romântico

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2018 é o ano do cantautor romântico. Aquele que nos arrepia com o tom sedutor da sua balada e faz suspirar por noites bem passadas à lareira, enroscados num quente abraço. David Bruno é um apaixonado pela sua cidade e pela mais autêntica portugalidade vintage. Resta-nos sonhar com o dueto com Marante, o charmoso vocalista do Agrupamento Musical Diapasão.

De Vila Nova de Gaia, selado com um beijo, eis “O Último Tango em Mafamude” apresentado por David Bruno, faixa a faixa.

#1 Introdução

Melancolia Nostálgica, ondas e praia: uma paisagem sonora para fazer o ouvinte sair da sua zona e entrar no ambiente nostálgico-romântico do espaço e tempo retratados no álbum.

#2 Alfa Romeu & Julieta

Uma marca de carros, uma sobremesa, um romance: palavreado ambíguo para entreter alguém enquanto o/a arrastamos de encontro às nossas intenções.

#3 Monte da Virgem Platónico

Uma música sobre prazeres secretos (não obrigatoriamente ligados ao amor nem aos prazeres carnais). Este tema é perfeitamente aplicável por exemplo, ao Pai que, colocado debaixo de uma rigorosa dieta, veste a sua roupa de jogging e sai de casa, só que pelo meio da corrida para na padaria comer um palmier de Chocolate à socapa.

#4 Amor Anónimo

Uma homenagem ao romantismo à portuguesa e duas das suas maiores figuras: Toy e Marante. De notar que o refrão é “Romântico como o Marante” e não “Romântico como Amarante” (se bem que a cidade de Amarante e a sua ponte que já deu nome a uma excelente aguardente têm nas suas paisagens romantismo para dar e vender).

#5 Pausa #1 (O Perdão)

A continuação de uma notícia samplada no meu álbum anterior (4400 OG), que retrata o reconciliamento entre um homem de Canelas e a sua esposa, às turras porque ele achava que uma mulher tinha que fazer sexo diariamente de manhã e à noite. É bonito quando tudo acaba bem.

#6 Mesa para dois no Carpa

Uma música sobre esse nobre hábito de almoçar ou jantar sentado ao balcão do Snack Bar. Uma ode ao cliente habitual, às churrasqueiras, ao piri piri, à conta rabiscada na toalha de papel… uma ode à portuguesalidade e uma prova de que o romantismo não precisa de estrangeirismos para o enfeitar: foi no restaurante Carpa que eu vi um casal a dar romanticamente papas de sarrabulho à boca um do outro.

#7 Rapsódia Gentil

Uma homenagem a Soares dos Reis, escultor natural de Mafamude e autor da estátua que surge no início do vídeo-álbum ou impressa no CD. Essa estátua não é grega, nem romana. É gaiense e o seu nome é “O Desterrado” (difícil arranjar algo mais suitable para um álbum sobre um gaiense que se vê forçado a abandonar a sua terra e atravessar o Rio em direcção a Rio Tinto).

#8 Pausa #3 (40 Contos)

Uma homenagem à era dourada dos bancos, do crédito e do dinheiro fácil. Uma era claramente ultrapassada e perdida na memória de quem por ela passou, demonstrada pelo recente assalto a um banco que rendeu apenas 200 euros: quarenta contos na “moeda antiga”

#9 De Mafamude com Amor

Um instrumental com um sample dum filme romântico russo que retrata a dor da despedida: aquele apertozinho que dá no peito quando estamos a afastar-nos de um lar e o vemos a ficar para trás pelo espelho retrovisor.

#10 Pausa #4 (O Pedrinho)

Um tema sobre esse sentimento tão português que é o orgulho pelo local onde nascemos, onde crescemos e a forma como esse sentimento só floresce realmente quando realmente nos afastamos do nosso lar:  uma homenagem ao emigrante e à saudade.

#11 O Fim

Cuidado com o que desejas: muitas vezes lamentamo-nos insatisfeitos, fazemos ameaças não sentidas, mas o destino pode por vezes dar-nos o que realmente andamos a pedir. O Pior é quando estávamos errados.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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