.cruzamente

um bicho
2024 | Edição de autor | Rock

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Alicerçado no rock, o espírito dos .cruzamente não é saudosista, mesmo que venerem os antepassados e confiem na fraca memória que possuem como prova da intemporalidade de algo. De igual modo, também não procuram o futuro. Volta e meia, apercebem-se dele, vêem-se nele envolvidos, quando erguem o olhar até então preso aos seus instrumentos. Nem tampouco se procuram a eles mesmos, pelo menos enquanto grupo. Talvez seja isso, quando juntos, são. Sem buscas, sem querer. O que faz com que, a quem passa, pareçam crianças, numa bolha a esvoaçar sem nunca tocar no tempo. Afinal, têm uma pretensão, que essa bolha possa carregar o máximo de gente e de lugares com eles, e flutuar sem tempo e sem rumo.

Depois de três EPs, o primeiro álbum “um bicho como nós“, produzido, captado e misturado por Pedro Vidal (Jorge Palma, Blind Zero) e masterizado por Mário Barreiros, foi editado no passado dia 10 de Maio.

#1 deixa-me sair

Criada durante a pandemia, nela é libertada muita angústia pelos tempos vividos.

#2 bichos

Música intensa que depois de escrita nos levou ao livro de contos homónimo escrito por Miguel Torga e que deu origem ao título do álbum “um bicho como nós”.

#3 então

Tema mais swingado do álbum, relativamente raro nos dias de hoje.

#4 ser de passagem

É simultaneamente o tema mais progressivo e uma das que consideramos ser as mais “orelhudas”.

#5 grito

Tema mais produzido em estúdio de todo o álbum. Consideramos uma boa conquista da banda.

#6 ilusões

Difícil de finalizar em termos estruturais, sentimos que é a música mais cool do disco.

#7 mosquito

Possivelmente a que mais mudou após a pré produção. Partindo de uma das mais alternativas, transformou -se num tema bastante dançável e orelhudo.

#8 custou

Uma canção que nos define muito bem, muito groovy, mudanças de ambientes, refrão bem potente, estrutura imprevisível.

#9 à sorte e ao azar

Um blues-rocker que demonstra as nossas origens, com um progressivo aumentar da intensidade ao longo da canção e com a harmónica a ter um papel de destaque.

#10 depois do fim

A balada do disco. Um tema que sofreu muitas alterações em estúdio e que nos deixou bastante surpreendidos com a nossa performance. A guitarra wah-wah é do Pedro Vidal.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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