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Lançado no passado mês de Março, com selo da Raging Planet, o disco homónimo dos lisboetas Urso Bardo é constituído por doze temas sem voz que viajam pelo universo do pós-rock, sem cair nos seus lugares comuns. Agora, é aqui descrita faixa a faixa pela própria banda.
Começar o disco com um regresso não foi planeado, aconteceu. Uma mistura locomovida de saudade, urgência e otimismo: a estrutura deste tema estava fechada antes de termos ido para estúdio, mas na verdade foi lá que encontrámos o tom certo para todo o bloco da introdução. As caudas de delay e algumas das linhas melódicas que acabaram por ficar no take final, surgiram de improviso no dia da captação.
Algumas guitarras trazem canções lá dentro. Outras vezes são os amplificadores que escondem os maiores tesouros: este tema foi descoberto no interior de um Fender castanho com um tremolo particularmente musical. É uma música bucólica e contemplativa, com sabor a verão e riachos, banda sonora idílica para uma aventura de Tom Sawyer.
A Valsa foi sendo escrita ao longo de ano e meio. Os vários blocos que a compõem só se encontraram para formar um esqueleto coeso em Junho de 2015. Em estúdio, procurámos manter o tom esquinado (escanifobético) da maquete do Tiago que misturava ruídos percussivos com cordas arranhadas. Este tema acabou por ser o single do disco.
Composta em redor de um loop, esta música usa a ideia de repetição como base melódica. Conseguimos tocar a mesma coisa, várias vezes, sem nos repetirmos? A resposta está dada: sim.
Como acontece com a maior parte das músicas de Urso Bardo, o Same Old Story foi escrito aos bochechos, género manta de retalhos: peças de som que ficam a ressoar em cima da mesa à espera da irmã gémea que há-de nascer um dia e encaixar na perfeição. Com sorte – e muita persistência – o puzzle compõe-se para revelar uma maquete apta a seguir para a ‘toca’, onde será sujeita ao tratamento bárdico.
Escrita em grande parte numa guitarra acústica com uma afinação grave, esta música representou um ponto de viragem no som dos Urso Bardo. Estabeleceu-se rapidamente como um dos nossos temas preferidos e como que deu o mote para o timbre que usámos noutras composições do disco.
A melodia principal é uma ideia antiga do Tiago. Foi a primeira música que fechámos como banda. Espécie de balada trágica, sobre o naufrágio de um navio.
O Filipe trouxe o riff que abre o tema. Tinha um travo latino, reminiscente dos Cubanos Postizos do Marc Ribot. Durante vários meses ‘Ribot’ foi o nome que lhe démos. A estrutura final resultou de rasgo colectivo, ao qual acrescentámos alguns arranjos. Foi a segunda música que escrevemos, mas é por acaso que sucede ao Ship in a Storm no disco (quem escolheu a ordem das faixas no disco foi o Fernando Matias, sensei da captação e mistura).
Introdução improvisada do Filipe. É um preâmbulo que costumamos tocar ao vivo e que decidimos incluir no disco.
Onde há fumo… Tema composto pelo Filipe, com sabor a rock Português da década de 90.
Transposição de um improviso de banda bem antigo. Tivemos dúvidas sobre ela em diferentes ocasiões, mas decidimos incluí-la no disco.
Porventura o tema mais solto do disco. Numa abordagem menos cerebral do que nos é habitual, incorporámos vários elementos improvisados sobre a base de acordes do Filipe e o resultado foi uma música surpreendentemente libertadora. É com ela que fechamos os concertos.
O Tiago gravou esta música como um esboço, pouco antes de irmos para estúdio. Não fazia parte do alinhamento, mas o Filipe insistiu para que a gravássemos. Temos na lista de pendentes escrever-lhe um arranjo de banda para concerto.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)