Velha Condessa

Velha Condessa
2024 | Edição de autor | Rock Progressivo

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O álbum de estreia dos Velha Condessa, auto-intitulado, foi editado hoje, dia 19 de Janeiro, e é o resultado de anos de colaboração musical e evolução conjunta. Inspirados por diversos movimentos musicais, desde a estética do Rock Progressivo dos anos 70 até ao Rock Português dos anos 90, a sonoridade da banda combina elementos mais tradicionais do rock com traços progressivos e experimentais.

A sonoridade dos Velha Condessa reflete a diversidade das formações musicais individuais dos seus membros, que abrangem géneros desde o clássico ao jazz, e até mesmo o metal. Esta diversidade musical, combinada com a influência significativa da experiência de estúdio com Francisco Dias Pereira e Carlos BB, desempenhou um papel fundamental na definição da estética da banda.

A composição musical e a escrita das letras envolvem a participação ativa de todos os membros da banda. As composições pretendem transmitir histórias inspiradas em experiências do quotidiano, narrativas cinematográficas e mitológicas.

O álbum foi gravado em Sintra nos estúdios Blacksheep entre novembro e dezembro de 2022, sob a orientação de Carlos BB e Francisco Dias Pereira, misturado também por Francisco Dias Pereira e masterizado por Guilherme Gonçalves.

#1 Acordar e Ver

Esta canção começou a ser composta há muitos anos, e, durante uma quarentena da banda durante a pandemia COVID-19, decidimos juntarmo-nos com o propósito de a ter concluída no fim da mesma. A composição da música é um crescendo de energia que culmina com um solo de piano fundamentado nas bases clássicas do pianista com uma camada de rock por trás.

#2 Eterna História dos que ainda Acreditam

A introdução desta música foi das primeiras ideias musicais dos Velha Condessa. Inicialmente servia de base para improvisação durante os ensaios, e só anos mais tarde, já com outra mentalidade, voltou a ser trabalhada. A letra foi inspirada em histórias mitológicas e experiências da nossa vida, sendo a música do álbum com mais energia.

No dia a seguir ao seu lançamento, tocámos no Poolside em Alvalade, onde sentimos maior interação com o público.

#3 Mero

Esta música tem dois ambientes muito distintos, um mais misterioso, psicadélico, e escuro, e outro mais aberto e claro. Esta dualidade pretende criar a sensação de estar a sonhar e estar acordado, que é intensificada por na primeira a letra ser em francês e na segunda em português. A progressão harmónica é inspirada em música mais conceptual, tal como o ambiente do álbum “Dark Side of the Moon” dos Pink Floyd e o filme “Hable con Ella” de Pedro Almodóvar serviu de fonte de inspiração para a letra.

Foi no NAV – Nunca Antes Visto, num concerto dado no final de Junho de 2023, que gostámos mais de a tocar, pois foi a primeira vez que o público cantou connosco a melodia final da secção instrumental de forma espontânea e inesperada.

#4 Noite Velha

A música “Noite Velha” refere-se à altura mais escura da noite e fala tanto do desespero desta fase como da esperança no amanhecer. Toda a música tenta passar fragilidade, em especial no refrão onde se pretende criar até a sensação de uma vazio onde só fica esta esperança. Começou a ser composta a partir da frase “Talvez amanheça”, e com isso em mente foi desenvolvida.

#5 Já Chegámos

Foi a primeira música oficial dos Velha Condessa e é nela que a nossa identidade se revela de forma mais autêntica e marcante. Apesar de ser a nossa primeira música, foi apenas durante a gravação do álbum que ela ficou concluída. Foi também desta música que foi lançado o primeiro videoclipe da banda. A vez em que mais gostámos de tocar esta música foi na segunda vez que subimos ao palco no Titanic em Julho deste ano, onde algumas pessoas já sabiam parte da música o que ajudou na s. A música tem dois momentos, os versos em que tentamos passar o sentimento de quem está à procura de algo melhor, e o refrão em que há um embate com a realidade de podermos não saber reconhecer aquilo que procuramos. Procurámos criar estes dois momentos não só através da letra mas também através da música.

#6 Não Pode Ser Assim

A “Não Pode Ser Assim” inicialmente pertencia ao “Já Chegamos”. Foi pensada como uma segunda parte, em que a procura já falada no “Já Chegámos” se torna desesperante ao ponto de explodir.

#7 Sicário

Esta música é talvez a mais elaborada e progressiva do álbum. Surge de um conjunto de experiências feitas com compassos compostos e improvisação espontânea que acabou por definir a estrutura e montagem rítmica da música. A letra explora temas como culpa, traição, e a natureza humana, e tenta deixar espaço para interpretação. Por ser uma música mais extensa e com diferentes secções, estávamos mais preocupados com a recepção, mas quando a tocámos pela primeira vez ao vivo no Titanic na véspera de irmos para estúdio em novembro de 2022, apercebemo-nos de que a música foi bem recebida, tendo aí atingido a sua consolidação.

#8 Morrer Melhor

Esta música nasceu da ideia de criar uma receita simples dos passos a seguir para morrer melhor. Não tem o objetivo de ser uma música triste ou alegre, apenas simples, curta e direta, e por isso mesmo acabou por ser gravada num live take apenas com voz e guitarra acústica.

O disco vai ser apresentado ao vivo no próximo dia 25 de Janeiro no Musicbox, em Lisboa. O álbum será tocado na íntegra e, para além disso, há duas surpresas preparadas, uma do passado e outra para o futuro.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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