Vida Dupla é o primeiro longa-duração de Luís Capitão ao leme da Guitarra Portuguesa adocicada pela viola de Leonardo Pisco, numa dualidade mundana em que vivem muitos autores. Entre vida familiar e laboral, muitos artistas mergulham no seu universo privado para construir a obra.

São 7 temas como os 7 mares deste mundo, do rap ao fado e instrumentais exóticos diferentes da estética associada à guitarra portuguesa. Experimentar para viajar, arriscar para fazer dançar, chocar para agradar, Luís Capitão e Leonardo Pisco agarram na tradição como veículo para a energia deste conjunto de músicas.

O primeiro single deste álbum de estreia. O nome revela o contexto que eu quero criar, é esse o poder da música. Criar um ambiente de dança acompanhado por uma estética sonora sensual, é esse o objectivo da Malandrice.

Um novo tipo de música, foi esse o desafio que decidi lançar ao Sena, um rapper Sadino que prima pela originalidade, muito habituado ao improviso. O desafio foi aceite e o resultado foi algo nunca antes visto e ouvido. Quem diria que o auto-tune e muita rima debitada em cima de um fado corrido fariam sentido?

Um dos temas mais diferentes do restante álbum. Mais eletrónico, mais explorador, com a voz da Megs, oriunda de Vila Nova de Famalicão, com o seu lindo sotaque. Tudo nesta música é para quebrar barreiras e partir o chão com a sua energia. Um sotaque nortenho, um videoclip passado em Lisboa, para mostrar um lado que está a definhar e a perder identidade.

No primeiro EP experimentei uma combinação de instrumentos que adorei, Flauta Transversal com Guitarra Portuguesa. Fruto do acaso, cruzei-me com o João Costa na audição do Got Talent Portugal 2024. Sem me alongar, o João é uma máquina a criar melodias na flauta, adapta-se a qualquer estilo, e enriqueceu bastante este tema instrumental com ritmos sul americanos.

Respeito muito o fado, as guitarradas, os compositores, a tradição. Respeito tanto que passo muito tempo a aprender este estilo e músicas antigas. Este cover, de um tema do grande José Nunes (guitarrista com grande importância na história da guitarra portuguesa), foi trabalhado por mim até chegar a esta versão mais de encontro à nossa velocidade e vibração, com um ritmo a puxar à morna Cabo-Verdiana. Quem disse que não dança a ouvir o fado?

Tema da autoria do Leonardo Pisco, que me acompanhou na viola em todos os temas, e como homenagem, decidi inverter os papéis habituais na composição deste tema. Geralmente eu trabalho os temas e depois peço aos instrumentistas para adicionarem a sua história. Neste caso, fiz ao contrário, o Leonardo fez a base e eu adocei com a minha guitarra portuguesa.

Desde que comecei na música, praticamente, que trabalhei sempre com a minha grande amiga Teresa Balby. Viajámos do rock ao metal, pela música eletrónica, entre outros. Mas uma das suas paixões sempre foi o fado e a Dona Amália. Gosto sempre de contar com a sua voz nos meus trabalhos e por isso decidi escolher um tema que a Teresa aprecia bastante. Foi só dar-lhe um toque de Malandrice e o resultado assim ficou, enérgico, com toques da Andaluzia mas muito português.