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Lobo Mau é a banda de David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves. Depois de colaborarem na mítica banda TvRural, uniram-se na criação do universo sonoro das canções que nascem da sua partilha artística, enquanto músicos, autores, compositores, intérpretes e produtores.
Após o lançamento do seu primeiro álbum, Na Casa Dele, em Abril de 2020, o Lobo Mau apresenta agora o EP Vinha a Cantar, com o Apoio da Fundação GDA. Um conjunto de canções que nasceram do processo criativo inspirado na comunhão das pessoas com a sua história, as suas raízes, as suas contemplações e os seus jeitos de viver e sentir. É uma reflexão sobre a identidade comum entre a ruralidade de uma aldeia portuguesa e a realidade urbana da actualidade.
Acontecia uma vez por semana e era o momento aguardado por todos. O trabalho árduo do campo e a realidade difícil do dia-a-dia enchiam o corpo e a mente de mazelas e cansaço mas, a expectativa da chegada daquele dia era o alimento da vontade de continuar. O baile da aldeia era o momento em que todos se juntavam, onde os corpos se encostavam para dançar, onde as vozes cantavam as palavras que a todos pertenciam, onde as estórias se contavam e aconteciam, onde os amores floresciam e desvaneciam, onde todos eram mais livres e mais felizes. O regresso a casa era o eco das memórias desse momento e o desejo da chegada do próximo, ao relento, pelo escuro e sem medo porque vinham a cantar.
Os estendais são a imagem daquele fio invisível onde alguém, metaforicamente, se pendura ao vento e se deixa ir, quando, depois de ter vivido tanto ou tão pouco, percebe que a vida pertence apenas a si própria e tem a sua própria natureza, e aceita que tentar dominá-la é só a ilusão que o arranca ao seu papel de caminhante. É o diálogo de alguém consigo próprio quando, sensatamente, estende as pernas para deixar o humor fluir e percebe que é só ir.
Marcaram um encontro junto à árvore e às escondidas dos olhos curiosos da aldeia. A história de duas pessoas que se cruzam e se seduzem numa realidade rural que nos parece transportada do passado, mas na qual nos revemos e da qual também fazemos parte. Inspirada nas histórias reais de quem as viveu desta forma, ela fala da expectativa do momento aguardado, de amor, do que foi e do que ainda é. Cruzando, na sua sonoridade melódica, elementos da música de raiz portuguesa com sons contemporâneos, ela é intemporal no seu foco poético e é o single que dá o mote ao conjunto de canções do EP Vinha a Cantar.
O videoclip da canção, realizado por Gil Chagas, é o retrato de um baile ao relento, pela noite dentro, levados pelo vento, pela música e pelas pedras que testemunham as relações humanas ao longo dos tempos.
A reflexão sobre o uso desenfreado do plástico, o monstro que, em poucos anos, invadiu as nossas vidas, as nossas paisagens, o nosso planeta e polui cada vez mais a nossa natureza e a Natureza à nossa volta. É o retrato plastificado da actualidade em choque com a sua génese rural, à qual terá de voltar para repensar o caminho a seguir.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)