Reverent Tales

Visceral
2020 | Amazing Records | Progressive Metal

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Surgido das cinzas de bandas das duas margens do Tejo, os Reverent Tales, compostos por António Freitas (Baixo), Carlos Matos (Bateria), Nuno Silva Pereira (Guitarra), Pedro Bendada (Teclas) e Raquel Nunes (Voz), nasceram em 2018 com o objetivo de concluir e gravar temas compostos nos últimos anos e lançar para o grande público um álbum até agora “amaldiçoado”, eis “Visceral“.

#1 Above me

É o nosso primeiro single, para o qual fizemos um videoclip. Foi um dos últimos temas a ser composto. Curiosamente foi um dos 2 temas que a Raquel trouxe para a sua audição e praticamente não mexemos mais no tema, visto que estava no ponto!

É uma letra não tão clara ou direta, que abrange alguns significados similares mas diferentes, dependendo da sua interpretação. O céu é o libertador que se encontra acima de tudo e de todos. A morte é algo existente e palpável no caminho percorrido e o antecedente deixa marcas no seu trajeto. Após este percurso feito, muitas percepções se vão tornar reais. É deixada uma livre interpretação ao público como em todos os temas.

#2 Era of Witches

Este foi o tema que de longe teve mais versões. Chegou a ter quase o dobro da duração, no entanto optámos por fazer uma versão mais curta do mesmo para os concertos, que depois transportámos para o estúdio. Foi o segundo tema que a Raquel trouxe para a sua audição e também não mexemos muito mais na estrutura. Tem um dos refrões mais orelhudos do disco!

É um tema que fala efetivamente da Era das Bruxas. É uma história minha com as minhas próprias personagens e portanto não apresenta dados cronológicos ou fatos propriamente ditos. Nesta Era a bruxaria era trabalhada de forma exímia e a sociedade desejava que as práticas terminassem sem que a própria fosse apanhada em danos colaterais.

#3 Visions of Carnage

É o tema mais curto do disco e o mais direto. Foi, juntamente com a “Above me”, um dos últimos temas a ser composto. Faltava compor uma parte para o meio do tema e decidimos optar por algo que ainda não tínhamos experimentado enquanto arranjo explicitamente eletrónico! O Pedro, o nosso teclista, trouxe um sample e a partir daí construímos o resto de forma muito natural e rápido na sala de ensaios.

Liricamente este tema fala de feitiçaria executada em torno de sacrifícios humanos, utilizada por inexperientes. Quando o dia amanhece tudo parece permanecer igual espiritualmente, mas fisicamente há uma grande parte de corpos que restam para evidenciar as provas de uma noite à qual já NÃO há retorno. No global, resultou num dos momentos mais fortes das nossas atuações ao vivo!

#4 Enclosure

Alguns dos riffs presentes neste tema já estavam no “forno” há algum tempo, até que de repente com a parte inicial de teclas foi desbloqueado. Quisemos também experimentar com um final diferente dos restantes temas, optando por uma voz gravada juntamente com camadas leves para embalar a mesma. O que utilizámos é uma citação de um livro com um tema distópico, que os mais curiosos podem ter tentar identificar.

É liricamente algo abstrata, aliás como todas as letras escritas por mim ao longo do VISCERAL e é por isso que eu deixo várias interpretações, até mesmo porque eu tenho várias! A Enclosure pode falar sobre uma prisão mental, ideias e convicções completamente diferentes de um mundo onde se vive. Existe um ódio muito presente por aqueles que são controlados por crenças. No entanto um dia a “prisão” termina e a devida paz interior reinará. Curiosamente acabou por se tornar um pouco premonitória da situação de confinamento que estamos todos atualmente a viver!

#5 A Strange Revelation

Inicia com uma “pianada” a solo que acabou por encaixar na perfeição com o que já tínhamos composto. Foi um dos primeiros temas a ser composto para o disco e tal como o “The Era of Witches” teve várias versões ao longo do tempo. Ao vivo é um exemplo gratificante de coordenação entre todos os elementos da banda, com a secção rítmica em destaque.

É uma letra bastante descritiva pormenorizadamente que abrange diversas interpretações. Talvez quando a escrevi sugeriu-me uma diferente leitura daquela que hoje em dia me sugere. Pode ter a ver com um chamado. A perceção da entrada num diferente campo. É de noite que a mente desta personagem se torna mais límpida e recebe todas as revelações que a descrevem como ela não se descreveria através da sua conexão com a escrita que a eleva para a sensibilidade astral, podendo receber contatos que a incorporem e conectem com a Lua propriamente dita.

#6 Blackened Slumber

Tudo partiu do riff inicial, o resto surgiu de maneira bastante natural na sala de ensaios. O crescendo antes do final é um momento especial no disco, é também algo diferente do que fazemos noutros temas e parece uma “corrida pela floresta” até que voltamos à normalidade ao sairmos da mesma no refrão.

Este tema descreve um sonho, um pesadelo profundo ou um pensamento acordado. É estabelecido um contato com outra dimensão através deste “transe” se assim podemos chamar.

#7 Empty Wonder Rivers

Neste tema quisemos que o ritmo tivesse uma toada militar mas com um refrão “doce”, sendo que o que envolve o tema é um riff hipnótico e desafiante.

Se me recordo, quando escrevi esta letra quis retratar uma história entre duas personagens, possivelmente um romance vivido outrora, que foi eternizado num certo Rio Maravilhoso. Essa história terá sido de alguma forma agoniante, porque aquele lugar tornara-se num labirinto onde não se encontrará o começo. As personagens poderão mesmo ter tentado colocar fim às suas vidas de diferentes formas quando se aperceberam que se encontram encurraladas e que a sua bonita história teria de terminar de alguma maneira. Por fim foi acrescentado um trecho de Allan Watts que veio a encaixar-se perfeitamente!

#8 Creature

É o tema mais longo do disco e aquele que levou mais tempo a compor, devido à quantidade de riffs e combinações dos mesmos que fizemos. Neste musica queríamos colocar algo “jazz”, no sentido de trazer um pouco das jam sessions para dentro de uma música. Devido ao final forte que o tema tem, decidimos que seria o tema que terminaria os nossos concertos e naturalmente, escolhemos este também para encerrar o disco.

Esta música fala de uma criatura que pode perfeitamente ser uma Succubus, uma vez que a história nos pode remeter a tal. Um demônio de aparência feminina e outras possíveis junções mais tais como: mulher lobo, vampira, que invade sonhos, que suga energia e causa uma série de danos. É uma letra bastante descritiva e que vale a pena ouvir!


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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