Curtas 2017: os filmes vencedores

por Arte-Factos em 17 Julho, 2017

Chegou ao fim o 25º Curtas de Vila do Conde, uma edição muito especial do festival internacional de Cinema do norte, que decorreu entre 8 e 16 de Julho de forma carismática com os já habituais concertos, conversas da indústria, festas noite dentro, e até bar aberto oferecido pelos patrocinadores.

Mas falemos de Cinema: para a tarde do último dia foram reservadas as premiações das diferentes competições, um momento de encerramento em que a língua portuguesa brilhou.

Farpões Baldios de Marta Mateus foi agraciado com o prémio de melhor filme em competição, uma escolha do júri que considerou o filme “uma obra tão luminosa quanto exigente” que “revivifica uma linhagem de obras onde a infância desbloqueia os sofrimentos, os erros e a virtualidades do passado, tradição que devemos, entre outros, a Manoel de Oliveira, a António Reis e Margarida Cordeiro, a Teresa Villaverde”.

O filme sueco My Burden recebeu o prémio de melhor animação, uma fábula dos tempos modernos em que os problemas mais mundanos assombram e sufocam no grande ecrã. De acordo com o realizador, um argumento escrito enquanto este estava fumado e que deverá ser visto por nós com tais olhos.

Où En Êtes-Vous, João Pedro Rodrigues?, de João Pedro Rodrigues, venceu a competição nacional. A curta autobiográfica e de reflexão foi encomendada pelo centro Pompidou em Paris, a propósito da recente retrospectiva à obra do cineasta português. Um retrato humano e sem filtro, em que João Pedro nos permite um pequeno e curto olhar da sua esfera íntima.

O prémio do público atribuído por votação dos espectadores foi para o filme iraniano Retouch, um conto de sobrevivência de uma mulher sujeita à repressão do patriarcado – ou estará a repressão apenas na sua imaginação? O público premiou ainda a animação Surpresa de Paulo Patrício.

De Espanha chegou Los Desheredados, curto filme vencedor na categoria de melhor curta-metragem europeia. Com um toque de humor descomprometido, a narrativa decorre em pleno tempo de crise financeira, em que a sobrevivência é a motivação quotidiana.

Gabriel Abrantes venceu pelo segundo ano consecutivo o palmarés de melhor realizador português, com o filme Os Humores Artificiais, uma escolha do júri do Curtas “pela sua fantasia romântico-tecnológica, por ter inventado o primeiro robot multigénero, por ironizar energicamente um mundo onde não queremos viver”.

O Peixe é um documentário brasileiro, agora considerado o melhor documentário da 25ª edição do Curtas, um filme que retrata o ritual de abraçar os peixes antes de os matar. Uma curiosa tradição em que a arte de matar se alia à compaixão pelo animal.

De destacar ainda o vídeo musical vencedor: Old Habits da banda Minta & The Brook Trout, realizado por João Nicolau.

Les Îles de Yann Gonzalez foi premiado com o troféu para melhor ficção, From Source To Poem de Rosa Barba foi agraciado na secção experimental, e Revolving Rhymes recebeu o prémio Curtinhas – filmes dirigidos a e seleccionados por crianças.

Na competição Take One!, dedicada a filmes de escolas, De Gente Se Fez História foi o título vencedor. Uma curta que tem por base filmagens caseiras da vida nas Caxinas, bairro piscatório que separa Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

O Curtas de Vila do Conde regressa em 2018, decorrendo a 26ª edição de 7 a 15 de Julho.


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A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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