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Peter Watkins está em destaque na 14ª edição do DocLisboa. O festival apresenta uma retrospectiva integral do trabalho do cineasta inglês (formado na BBC, onde trabalhou na década de 1960 e revolucionou o género documental) e que é por muitos considerado como o inventor do docudrama (falso documentário), um género cada vez mais popular: quase todos os filmes de Watkins utilizam não actores e uma metodologia que combina dramáticos e documentais para investigar acontecimentos históricos ou antecipar eventos futuros, bem como dissecar a construção ideológica arquitectada pelos media. Activo entre meados dos anos 1950 e os anos 1990 e laureado com um Óscar de melhor documentário em 1966 – com The War Game – Watkins é também um dos principais expoentes do cinema político e de resistência, questionando e criticando o papel da comunicação social em temas urgentes como a questão nuclear e o poder instituído, conhecido também pela dissecação e reconstrução de episódios históricos, numa atitude assumidamente revisionista. No cerne da obra de Watkins, está a crítica aos meios audiovisuais enquanto instrumentos de poder. Quase todos os filmes de Watkins (em especial, os primeiros) se debruçam em questões de guerra e paz (provavelmente em virtude do impacto que vivência da Segunda Guerra Mundial teve para ele). Mais do que defender a paz, Watkins descodifica a guerra a partir da teia de interesses políticos ou de outro tipo que a conduz e mantém, esmiuçando as formas da sua representação e legitimação por parte do poder, nomeadamente do poder mediático.
O filme que abre a retrospetiva é também o seu filme de estreia. Culloden, feito para a BBC em 1964, relata a histórica batalha de Culloden (1746) entre as forças do governo britânico e os rebeldes jacobitas, com repórteres enviados ao local.
Os horários de todas as exibições podem ser consultados abaixo:
Culloden, Reino Unido, 75’, 1964
20 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
21 Outubro / 14.00, Cinema São Jorge – Sala 3
Diary of an Unknown Soldier, Reino Unido, 17’, 1959
20 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
Edvard Munch, Noruega, Suécia, 174’, 1973
24 Outubro / 21.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
Evening Land (Aftenlandet), Dinamarca, 110’, 1976
27 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
Gruto Park (Patrick Watkins, Caroline Lensing-Hebben, Jean-Pierre Lenestour), França, 32’, 2001
27 Outubro / 14.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
La Commune (Paris, 1871), França, 345’, 1999
29 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
Privilege, Reino Unido, 90’, 1966
21 Outubro / 15.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
26 Outubro / 15.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
Punishment Park, EUA, 90’, 1970
24 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
25 Outubro / 15.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
The Forgotten Faces, Reino Unido, 18’, 1960
20 Outubro / 21.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
2 Outubro / 15.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
The Freethinker (Fritaenkaren), Suécia, 270’
28 Outubro / 21.30, CI Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
1992–1994 The Gladiators (Gladiatorerna), Suécia, 105’,1968
22 Outubro / 21.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
The Journey (Resan), Suécia, 870’, 1987
EPISÓDIOS 1-6
27 Outubro / 14.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
EPISÓDIOS 7-12
28 Outubro / 14.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
EPISÓDIOS 13-19
29 Outubro / 14.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
The Seventies People (Sjuttonde Talets), Dinamarca, 127’, 1975
26 Outubro / 21.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
The Trap (Fallan), Suécia, 65’, 1975
25 Outubro / 19.00, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
The War Game, Reino Unido, 47’, 1965
20 Outubro / 21.30, Cinemateca – Sala M.F. Ribeiro
21 Outubro / 15.00, Cinemateca – Sala Luís de Pina
Para além da projecção de todos os filmes de Watkins, o público poderá ainda assistir a uma mesa redonda (na qual estará presente o filho do realizador, Patrick Watkins) sobre a atualidade e importância da sua obra, não apenas para o cinema europeu contemporâneo, mas também para o cinema documental. Nas palavras de Cíntia Gil (directora do festival), “é sempre importante em cada presente olharmos para a História para percebermos onde estamos. Temos muito tendência a pensar que as novidades estão sempre a aparecer e não é assim tão verdade”.