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Não é preciso muito para fazer um óptimo documentário sobre um tema duro. Melhor, não é preciso muito… em termos técnicos e na quantidade de imagens de arquivo. De resto, são precisas grandes doses de sensibilidade e tacto. Era essa a grande virtude de Imagem que Falta (Cambodja) ou Act of Killing (Indonésia). De uma forma ainda mais simples, é também o que acontece em A Liberdade do Diabo.
O filme aborda a violência no México. Vai acumulando pequenos testemunhos de predadores e vítimas, de abusadores e abusados. Todos com uma máscara a salvaguardar a identidade e com uma imagem sinistra. Testemunhos perturbadores, entre a dor, o sofrimento, o desejo de vingança, a sede de poder e o remorso.
A acompanhar os depoimentos, há pequenas imagens do exterior, nubladas e escuras, e uma banda-sonora com sons tensos, entre violinos dramáticos e uma espécie de espanta-espíritos. É o reflexo de uma sociedade cheia de fantasmas e manchada pelo cenário da violência.
Num LEFFEST que entregou o principal prémio a um filme russo muito fragmentado, Tesnota, A Liberdade do Diabo está nos antípodas. Um filme curto (com pouco mais de 1 hora) e muito simples na sua concepção, mas complexo na forma como expõe a realidade e como não cede a qualquer tentação sensacionalista. E com um simples plano, um simples gesto, deixa uma mensagem fortíssima no final.
(filme da competição do LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival)