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Este filme não foi muito divulgado e foi uma pena e não, não é porque tem o Chris Hemsworth, o Jon Hamm e o Jeff Bridges, mas sim porque é um dos filmes mais originais dos últimos anos! Posso até dizer que já não sentia isto desde os anos 90 a ver filmes do Tarantino. Maus Momentos no Hotel Royale prende o espectador desde a primeira cena, numa sequência de eventos que vão aguçando cada vez mais a curiosidade e permitem uma daquelas experiências cinematográficas em que nem se dá pelo tempo a passar. Deparar-me com esta obra foi uma excelente surpresa, uma brisa refrescante no panorama cinematográfico actual.
O filme tem lugar nos anos 60 no Hotel Royale na fronteira entre o Nevada e a Califórnia, onde sete estranhos se encontram e uma série de eventos bizarros começam a acontecer. Tudo parece pacífico e harmonioso ao som de 26 Miles dos The Four Preps, até cada personagem se ir revelando. A banda-sonora é o grande ingrediente sumarento que caracteriza o filme e nos vai levando de cena em cena, que nos faz quase bater o pé e abanar a cabeça, tais são as preciosidades que pelos nossos ouvidos desfilam.
O reduzido elenco é duma competência avassaladora. Jeff Bridges interpreta o Padre relembrando-nos porquê que é um dos melhores actores da atualidade, The Dude! Cynthia Erivo no papel de uma cantora de voz de veludo dá vida a uma cena digna de um filme de Lynch. Ainda é difícil de dissociar Jon Hamm do Don Draper de Mad Men, por isso não terá sido por acaso que ficou com o papel da personagem que interpreta em Maus Momentos no Hotel Royale. Lewis Pullman na pele de recepcionista do Hotel tem uma interpretação brilhante. Dakota Johnson aparenta ser a hippie de serviço e brinda-nos com a habitual forte presença em cena. Cailee Spaeny tem um papel misterioso num misto de inocência ingénua e irresponsabilidade desmedida, com a dose certa de loucura no olhar. Chris Hemsworth, com um look idêntico a Jim Morrison, interpreta o controverso e magnético Billy Lee. E, mais não se pode dizer sobre cada personagem, sob risco de corromper esta experiência, excepto que quer Cynthia Erivo, quer Dakota Jonson têm uma cena digna de Óscar (comentário facilmente compreendido durante a visualização do filme).
Após tantos títulos curiosos ao longo da sua carreira, como Lost ou The Cabin in the Woods, não é de admirar que Drew Goddard tenha escrito e realizado este deleite com mestria, quase num misto de Tarantino encontra Hitchcock. Cada detalhe foi pensado ao pormenor, desde a cena de abertura do filme até à misteriosa cassete. O seu trabalho notável é particularmente claro na combinação das imagens com o som, a densidade de cada emoção ao ritmo dos acordes e apresentação de cada personagem através da música. A banda-sonora é, sem dúvida, a cereja no topo deste deleite cinematográfico. Bad Times at the El Royale é, definitivamente, um daqueles filmes que marca! Imperdível!