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Mais de uma década após As Virgens Suicidas, talvez ainda o seu melhor filme (pelo meio houve o sobrevalorizado Lost in Translation, o curioso exercício de estilo deMarie Antoinette e o ultra-entediante Somewhere), Sofia Coppola regressa à temática da adolescência. Contudo, em vez das convulsões dramáticas e do lado profundamente depressivo do seu filme de estreia, o retrato é aqui feito segundo a via da futilidade, de uma juventude sem ideais culturais ou claros objectivos de vida.
Baseado em factos verídicos, Bling Ring aborda um conjunto de jovens de LA que, com famílias aparentemente ausentes, desfeitas ou pouco “normais”, resolvem saciar os seus imbatíveis desejos materiais em termos de moda através do assalto a casas de grandes estrelas do showbiz. Roubos pacíficos, aproveitando a ausência dos proprietários e uma improvável falta de segurança, com portas abertas, sem alarmes e apenas com uma ou outra câmara de vigilância. Parece estranho que tudo seja assim tão fácil, mas essa também não é a questão principal.
Bling Ring não entra num caminho de moralismo simplório que o poderia destroçar em três tempos . Mas, pela coincidência das distribuições, perde por surgir muito próximo do superior Spring Breakers. Falta alguma criatividade, algum desenvolvimento psicológico e, exceptuando o final com um sentido satírico mais certeiro, alguma ironia mais assertiva. Até na música se sente isso, com a escolha assumidamente trash pop do filme de Korine (sim, com Britney Spears e afins) a ter mais fundamento do que o toque mais arty que Coppola, juntamente com Daniel Lopatin (Oneohtrix Point Never), quis dar a Bling Ring, com M.I.A. ou Azealia Banks como opções.
Não é um mau filme e sobe um pouco a parada em relação a Somewhere. Mas continua longe da obra-prima que, desde a belíssima promessa que foi As Virgens Suicidas, Sofia Coppola continua sem realizar.