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Drive
Título Português: Drive - Risco Duplo | Ano: 2011 | Duração: 100m | Género: Crime, Drama
País: EUA | Realizador: Nicolas Winding Refn | Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston

Drive não é um filme comum. Ao olhar de quem não conhece nada acerca dele, este pode parecer um filme do mais banal possível. Tem carros, um protagonista ‘mau’ e de poucas palavras, violência e algum romance. No final é impossível não ficar impressionado com a anti-banalidade de Drive.

A história é breve, mas suficiente. O protagonista, cujo nome nunca é revelado, ficando conhecido apenas por Driver, faz exactamente aquilo que o nome atribuído dá a entender: conduz carros. Fá-lo como duplo em filmes de Hollywood, assim como em assaltos, onde se disponibiliza como motorista, sem se envolver nos mesmos de qualquer outra forma. Além disso, trabalha também numa oficina de carros. É esta conjugação de actividades pouco comuns que leva ao desenvolvimento do filme, que acaba talvez por ser o mais cliché também.

A personagem principal, bem interpretada por Ryan Gosling, acaba por ser um ponto positivo e negativo ao mesmo tempo. É fácil gostar-se de Driver, é daquelas personagens que faz tudo com um certo estilo e isso maravilha quem está a ver. No entanto, é uma personagem que não é possível ser decifrada. Isto não acontece por ser enigmática ou confusa, acontece por não haver informação suficiente no filme para a perceber. Driver tem demasiadas características estranhas e não há nenhuma explicação para as mesmas. Acaba por ser o ponto mais fraco do filme, mas nada que estrague por completo a personagem.

Um dos aspectos mais positivos de Drive é a banda sonora. Já referi antes que uma banda sonora bem escolhida e adequada ao filme pode ditar a diferença entre o bom e o mau. Aqui provavelmente dita a diferença entre o bom e o impressionante. Quem viu o filme não lhe ficou indiferente, quem só ouviu a banda sonora, também não. São faixas muito bem conseguidas e aplicadas genialmente às cenas do filme. Contribui também para esta união perfeita a forma como o filme está filmado. Os planos utilizados e a postura das personagens, principalmente de Driver, acabam por tornar cenas banais em algo muito bom. Neste filme nunca é só o Ryan Gosling a falar com intervalos de trinta segundos entre as palavras, há sempre um plano mais artístico da cena.

Tendo em conta tudo o que foi dito para trás, pouco mais pode ser dito no que toca a períodos com mais acção no filme. Juntando bons planos, bom desempenho dos actores e uma boa banda sonora, tem-se a mistura perfeita para o sucesso de uma cena. Não quer isto dizer que Drive é um filme perfeito, porque além das falhas já apontadas à personagem de Driver, também se podiam apontar mais às restantes personagens. Nem todas são muito credíveis e/ou interessantes, ainda que acabem por cumprir a função que lhes é atribuída. Este é um bom filme, pouco convencional em muitos aspectos, que não posso deixar de apontar como um dos mais interessantes de 2011.


sobre o autor

Sandro Cantante

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