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O maravilhoso mundo de Frank (Michael Fassbender) e a sua banda, os Soronprfbs, não é mero fruto da imaginação de um argumentista. É sim uma reinterpretação da bizarria de Frank Sidebottom com a sua cabeça feita em papier-mâché, a mais reconhecida personagem do comediante britânico Chris Sievey, ao qual adicionaram a loucura dos génios musicais dos influentes Daniel Johnston e Captain Beefheart.
Na gravação do novo álbum, os Soronprfbs, recrutam Jon (Domhnall Gleeson) – que larga a sua vida rotineira de escritório para correr atrás do sonho – e é através dos olhos deste que acompanhamos o processo criativo, intenso e caótico, encantador e desgastante. Ao longo dos meses que passam refugiados numa cabana na Irlanda mais rural, Jon interage com o exterior através das redes sociais e faz crescer a fan base da banda. Um relato enternecedor sobre as dificuldades de ser integrado num grupo que não o acolhe, com excepção de Frank, com quem cria uma relação de proximidade e de mútua-compreensão.
É impossível não nos apaixonarmos por Frank (personagem e filme). Ainda que revelando que existe uma linha muito ténue entre aquilo que é a visão artística do músico e a perfeita insanidade, a verdade é que apenas querem que nós – o público – ascendamos até ao seu nível de compreensão. Recusam-se a não nos permitirem apenas o melhor que têm para oferecer. Acompanhamos Frank, Jon e os Soronprfbs no seu caminho desde as gravações até à antecipada participação no festival de artes South by Southwest, em Austin (Texas).
Mais que um momento de entretenimento, Frank é uma maravilhosa experiência cinematográfica, em que todos os elementos combinam na perfeição. Tudo é coeso, da paleta de cores à componente musical. Os cenários exteriores combinam eximiamente o presente do quintento, da bucólica Irlanda às ruidosas ruas norte-americanas. E, para unir tudo isto, temos Michael Fassbender: ainda que irreconhecível por estar refugiado naquela gigantesca máscara, é visível e incontornável a sua entrega a este papel.