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Um equipa de cientistas encontra-se a bordo de uma estação espacial que gira há vários anos em órbita da Terra. A sua mais recente missão é apanhar uma sonda regressada de Marte para analisar algumas amostras de solo que por lá recolheu. O trabalho parece ser rotineiro e de acordo com a expectativa, acabando por levar à descoberta de um ser unicelular capaz de sobreviver nas condições atmosféricas terrestres. O achado é visto com tão bons olhos que é de imediato reportado em todos os meios de comunicação – Calvin é o nome do primeiro ser extra-terrestre descoberto. Na estação espacial continuam as experiências e acabamos por descobrir que esta nova forma de vida pode ser uma ameaça para a nossa espécie.
Há vários anos que não estamos perante um bom filme de terror passado no espaço. As comparações com Alien – O 8º Passageiro são óbvias e merecidas, mas neste caso devem apenas ser tomadas como um elogio. Não estamos num futuro assim tão distante, a missão espacial continua a ser da NASA e a Terra está sempre presente se olharmos pela escotilha. Todos esses elementos ganham uma dimensão inteiramente diferente assim que a ameaça é localizada, tornando tudo mais desesperante e tenso. Aliás, tensão é coisa que não falta e está maravilhosamente gerida. Desde as propriedades e evolução da criatura até à maneira como todos os passageiros daquele veículo se têm de proteger ou esconder. Não se pode dizer que haja momentos mortos, o filme começa lento, as personagens são construídas e as regras definidas. Ao contrário do seu predecessor mais óbvio, não há a surpresa de uma criatura a bordo, ela é trazida de forma consciente e mantida por toda a tripulação. É aí que o título ganha várias dimensões.
A criação da vida e a destruição da mesma é um tema sempre presente. A esperança de algo que é gerado e nutrido pode nem sempre corresponder às expectativas e, em última instância, pode levar à morte. Também nas personagens há novas vidas que se descobrem quando as circunstâncias assim o permitem, o que torna o subtexto mais complexo e interessante do que alguns predecessores do género. Não nos deixa a pensar muito durante o desenrolar da acção, mas insiste em provocar bem depois das luzes se acenderem. As interpretações são irrepreensíveis, o elenco é reduzido mas coeso. Não podemos falar em personagens principais, há actores mais conhecidos que outros, mas partilham todos a mesma importância em termos de desenvolvimento da história e no funcionamento daquela estação espacial. Se tivesse de destacar dois nomes por força de uma arma apontada à cabeça, teria obrigatoriamente de mencionar Ariyon Bakare e Olga Dihovichnaya. São duas escolhas que se prendem muito pela maneira como as personagens estão escritas, tendo um pouco mais de liberdade e uma verdadeira hipótese para brilhar.
Life traz de volta o terror no espaço sem cair no erro de criar uma ameaça desinteressante e espetacularmente criada por computador. É tudo muito contido, mostra o que tem a mostrar quando deve mostrar e cria verdadeiro receio pelas personagens. Uma verdadeira experiência de grande ecrã repleta de efeitos-especiais, mas que não vive deles, nem sequer estamos a pensar neles.