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Passaram já vinte anos desde a estreia de Kelly Reichardt, como realizadora. Apesar da curta filmografia, o papel da norte-americana no cinema independente é cada vez mais relevante, especialmente pelo foco da sua lente: a América profunda e as pequenas comunidades, onde as fragilidades económicas tanto se fazem sentir.
Night Moves, o seu filme de 2013, chega finalmente às salas de cinema portuguesas. A ante-estreia da película marcou a abertura da 22ª edição do Curtas de Vila do Conde, que inclui na programação uma retrospectiva integral da obra de longa-metragem da realizadora.
Jesse Eisenberg, Dakota Fanning e Peter Sarsgaard protagonizam o filme, um grupo de ativistas que levam a cabo uma ação que pretende trazer ao debate questões ambientais: a explosão numa barragem. O plano corre como previsto, mas são os danos colaterais que redefinem o rumo das suas vidas.
Como já nos tem vindo a habituar, Reichardt assina um trabalho exímio do ponto de vista técnico, com uma fotografia de encher a vista e que complementa na perfeição o minimalismo da narrativa, que nos transporta até ao Estado de Oregon. As personagens enchem-se de humanidade e os actores conseguem um registo de realidade – a certa altura, questionamo-nos se estaremos a assistir a um documentário.
Todo o filme veicula o permanente estado de introspecção e de relativa apatia de Jesse Eisenberg, o que é uma pena, pois traduz-se em sequenciais momentos de quase-tensão. É, de resto, o desfecho da sua personagem que mais surpreende – mas mais não revelo.