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Anabela Moreira é um rosto omnipresente na filmografia de João Canijo, de entre os quais se destacam Sangue do meu Sangue (2011), É o Amor (2013) e Fátima (2017). Frequentemente apelidada de “actriz de método”, encontra na imersão e na convivência com os meios sociais que retrata a inspiração que confere uma autenticidade vibrante.
No documento Portugal – Um Dia de Cada Vez (2015) Anabela havia já experimentado a realização a quatro mãos com João Canijo, mas neste O Dia do Meu Casamento acumula ainda o protagonismo (a meias com a irmã gémea) e o argumento.
Encontramos na curta-metragem o encanto com o Portugal tradicional, aquele com que contactou intensamente nos estágios dos seus filmes, e com as tradições, rituais e normas que estruturam a vida social e familiar.
O Dia do meu Casamento tem traços autobiográficos, admitiu já em entrevistas, visto pertencer a uma família em que se acredita que uma mulher só sai de casa para casar. No filme é a noiva, que experiencia momentos de desconforto e tensão ignorados por quem a rodeia neste ritual. Há um sentimento muito familiar. Vemos Anabela, a sua irmã gémea e a mãe; e vemos ainda João Canijo como tio da noiva.
São 26 minutos de imagens delicadas e de inspiração retro, camuflagem: sabemos que é um filme contemporâneo sobre uma família lisboeta, mas também podia ter lugar numa casa das Beiras na década de 1980. Claramente, a materialização das tradições que permanecem imutáveis no tempo, tal e qual a mobília de sala das bisavós.
Uma belíssima estreia da actriz, que está de parabéns pela delicada e comovente visão cinematográfica. Aguardemos uma longa-metragem em que possa exercitar e ampliar os seus talentos, bem como expressar a admiração que revela pelos meios rurais e distantes da urbe.
Filme visionado no Curtas de Vila do Conde 2016 e Close Up Famalicão 2017