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X-Men: Apocalypse
Título Português: X-Men Apocalipse | Ano: 2016 | Duração: 144m | Género: Acção
País: Estados Unidos da América | Realizador: Bryan Singer | Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence

Após o lançamento da mais recente entrada nos filmes de Captain America, confirmámos que a Marvel continua a saber como dar continuidade ao seu universo cinematográfico sem precisar realmente de muitas inovações de filme para filme. Infelizmente para o universo de X-Men, os direitos destes super-heróis no cinema não estão nas mãos da Marvel e os mesmos erros continuam a ser cometidos vezes sem conta. X-Men: Apocalypse confirma novamente que não há rumo para os X-Men e que a única preocupação é repetir uma fórmula de filmes de super-heróis tão antiga quanto o próprio género.

O maior erro nesta saga, que não começa nem acaba aqui, é a falta de continuidade. Já vimos o passado, presente e futuro dos X-Men, em filmes que se tentam interligar e fazer coexistir um cast de actores mais novos com aquele que foi o elenco original dos primeiros filmes e retirar sentido de tudo isso. Em Days of Future Past percebemos que a única explicação lógica é a de que já ninguém quer realmente saber se o universo faz sentido e isso continua a ser o caso em Apocalypse. A ideia aqui é juntar tudo o que há de bom no universo de X-Men e fazer um filme a partir disso, mas a qualidade fica comprometida desde esta primeira decisão.

Focando apenas aquilo que temos presente neste filme e ignorando que há outros, encontramos novamente os X-Men mais recentes, unidos em volta do Professor Xavier na sua escola de mutantes. Ao mesmo tempo que acompanhamos os desenvolvimentos na escola, seguimos também mais uma transformação na vida de Magneto, o rumo Mystique e acontecimentos em redor de um antigo culto que culminam no acordar de um antigo deus – Apocalypse. À medida que as diferentes partes se vão aproximando através de personagens intermediárias, percebemos que aquilo que parecia ser complexo é na verdade bastante simples. Assim que chegamos a este momento, após um início longo e demorado, as surpresas são cada vez menos e os clichés mais abundantes.

Se há algo que sempre foi bem aproveitado nestes filmes, continuando a estar muito bem aqui, é a exploração das personagens e dos seus poderes individuais. Por esta altura sabemos bem o que cada um dos super-heróis consegue fazer e podemos esperar verdadeiras delícias visuais a retratar exactamente isso. Também na maioria dos casos, os actores escolhidos para representar as personagens vão de encontro às melhores expectativas, com os repetentes Michael Fassbender e Jennifer Lawrence a funcionarem bem nos seus papéis e novas entradas, como Sophie Turner (Jean) ou mesmo Oscar Isaac como Apocalypse, a serem novidades agradáveis. Acaba por ser uma consolação menor num filme que se encontra perdido em praticamente todos os outros aspectos.

A saga X-Men já conta com sete filmes, não contando com aventuras a solo de alguns heróis, e por esta altura já parece muito complicado que algo venha a fazer sentido, no que a continuidade diz respeito. Este continua a ser um universo rico, com muitas personagens bem exploradas e com actores bem escolhidos, mas é preciso bem mais do que filmes visualmente agradáveis para que esta saga consiga o destaque que poderia ter. X-Men: Apocalypse volta a ser um deleite visual, mas desconexo e muito previsível, após um início que prometia mais do que conseguiu entregar. Ainda assim, o maior erro continua a ser a tentativa de nos fazer acreditar que, todos juntos, estes filmes fazem sentido.


sobre o autor

Sandro Cantante

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