Os Accept, lendas do heavy metal tradicional Europeu, ainda são um grande nome activo da música pesada como ditavam as regras antigamente e que, em 2010, lançaram um tema chamado “Pandemic.” Agora, abrem um disco novo com um tema intitulado “Zombie Apocalypse,” os brincalhões. Eles que virem essa boca para lá.

Claro que os Accept são bem mais do que coincidentes profecias, assim como o novo “Too Mean to Die.” Quer sejam apelidados de “AC/DC Alemães mais pesados” ou “aqueles Alemães que por acaso encabeçam a New Wave of British Heavy Metal”, a carreira de 45 anos da banda não deixa dúvidas. Tem altos e baixos, mas têm-se mantido num alto prolongado, na última década. Aquela perfeita trifecta que são os álbuns clássicos “Breaker,” “Restless and Wild” e “Balls to the Wall” já estão feitos e não dá para reproduzir mas, ao ouvirmos logo o início imediato da faixa-título, para que década somos transportados, mas com gosto? E quantas faixas filler se encontram neste alinhamento? “Too Mean to Die” faz jus ao seu título e é heavy metal da velha-guarda sem indícios de crise de meia idade ou velhice. Com a paixão do guitarrista Wolf Hoffmann pela música clássica, com “Symphony of Pain” e “Samson and Delilah” a poder constar num sucessor de “Headbangers Symphony,” e aquela língua afiada e juvenil de “Sucks to Be You” ou o ataque a estrelas internautas duvidosas de “Overnight Sensation,” confirma-se que estão cá os ingredientes todos.

“Too Mean to Die” não tem surpresas. Mas já lá vão dezasseis álbuns e a forma e pujança que se ouve nos Accept, desde o reacordar de “Blood of the Nations,” é que é a verdadeira surpresa aqui. Mark Tornillo mantém o seu tom de voz intocável e a prevenir-nos de sentirmos saudades do mítico Udo Dirkschneider e, não se tratando propriamente de um novo clássico numa discografia já vasta, temos muitas razões para repetir audições pelo meio das recordações da incontornável “Balls to the Wall” ou daquela linguagem de raiva de “Son of a Bitch,” capaz de levantar umas polémicas em 1981. Longa vida aos Accept, que eles souberam como a fazer acontecer e deixem-se lá de antever pandemias, lá porque o conceito não é novo…