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Chegámos um pouco tarde ao Halloween, por aqui, ao que parece. Como se andássemos ao mesmo relaxado ritmo que os Acid Witch, que têm em “Rot Among Us” apenas o seu quarto álbum. E, no entanto, ainda anda no ar o fedor produzido pelo caldeirão da bruxa velha medonha e bexigosa que nos serviram na estreia “Witchtanic Hellucinations,” esse grande disco que nos fez pensar numa realidade em que as bruxas existem, fumam umas e os Black Sabbath e o death metal nasceram ao mesmo tempo.
É mesmo uma enorme sombra, como se fosse do nariz da bruxa, que paira sobre qualquer álbum que siga aquela estreia. Não é fórmula a mexer, os Acid Witch mexem-se naquele campo de um doom metal muito sludgy na lama dos seus riffs, muito stoner no psicadelismo dos mesmos e com uns ovos podres de death metal escondidos por essa paisagem. É uma fusão tão simples que nem chega a ser uma fusão. Mas definiu os Acid Witch, felizmente banda descontraída e de se levar nada a sério, como se fossem personagens tão animadas como a omnipresente bruxa que até abre o disco. Aquela tal aura de Halloween, como de algum álbum conceptual do Alice Cooper ou de King Diamond, mas interpretado por uns doomsters mais intimidadores como os Cathedral ou os Reverend Bizarre, em versão bem-disposta que até nem desgosta dos Morbid Angel. Diga-se que, se os Electric Wizard forem um gajo muito sério e cerrado, os Acid Witch são um primo mais novo que sempre vem animar a coisa.
Tudo válido para qualquer um dos quatro registos espaçados que já existam na discografia do quarteto de Detroit. A tal sombra supracitada ainda ofusca algo, e por muito bem feito que esteja tudo em “Rot Among Us,” vai ser uma reprodução do que já introduziram na estreia. Que vai ser sempre uma referência e base de comparação, ganhando sempre no que diz respeito ao impacto e surpresa. Está tudo certo em “Rot Among Us,” que é mais um bom disco dos Acid Witch, ponto válido por onde começar a descobri-los, e continua a ser das propostas mais originais e interessantes no espectro doom metal mais extravagante. Mas, como qualquer outro que o antecede e que o seguirá, terá mais peso como lembrete para irmos ouvir aquela maravilha que foi o “Witchtanic Hellucinations” mais uma vez.
Rot Among Us, The Sleeper, Chelsea Didn’t Come Home Last Night
Electric Wizard, Hooded Menace, Temple of Void