Acromaníacos

Sòpròkù
2024 | Raging Planet, Selvajaria Records | Punk rock, Crossover thrash

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Faz falta um pouco de classe por aqui e ainda bem que temos os Acromaníacos. Para animar a festa, já com as décadas de carreira na bagagem. Continuam a praticar o seu punk metalizado com muito humor. E bom gosto, que não falte disso da banda que intitulou um dos seus primeiros EPs “Olho do Cu.” E pronto, como a coisa não pode fugir para muito longe, este novo é “Sòpròkù.” Sem insinuações, é o título.

Estão tão preocupados com variar e exibir musicalidade como com a possibilidade de ofenderem alguém. Claro que é de riffs simples, pontapé para a frente, cuspir uns disparates e sai melhor que muito a levar-se a sério. Claro que o que interessa sempre, da parte de alguém que já escreveu uma ode como “O Senhor Castanho,” é a poesia. Claro que as letras estão no banco da frente. Desengane-se quem duvida de alguém que finalmente encontrou as circunstâncias para rimar “pandemia” com “cona da tia.” Isto são canções sérias. “É de Mosca” e “Monte de Merda” são, realmente, bastante políticas. Também podemos tomar “Na Linha” e “Cobra Zarolha” como canções de amor. E depois há o que quer que se passe em “Didjiripila”e ninguém se atreverá a questionar a necessidade de afirmar e repetir, com tanto afinco, que se é um paralelepípedo.

Quem conhece os Acromaníacos sai mais do que satisfeito, não há tiros ao lado com esta malta. Podem erguer a cerveja que os hinos novos puxam a isso mesmo e é sempre este punk/metal javardo, que é mais português que muito do que mais nos vendem. Ali o Zé Povinho nas mais negras lonas da capa representa bem o conteúdo. Que é mesmo “Sòpròkù.” É esquecer os problemas e deixar os Acromaníacos tratar deles da maneira que eles bem sabem, que este disco vai todo de uma rajada. E vai mesmo, as canções estão todas ligadas como se fossem uma. Uma rica rock opera que nem os vossos proggers favoritos conseguiram alguma vez sacar!

Músicas em destaque:

Na Linha, É de Mosca, Viúvo é o Morto

És capaz de gostar também de:

Mata-Ratos, Circle Jerks, Zurrapa


sobre o autor

Christopher Monteiro

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