//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Está tudo lixado, é verdade, mas também é tudo questão de ponto de vista. Se calhar não temos muito a fazer quando encarados com aquele desafio de salvarmos o planeta, que chega a nós, ora umas vezes bem intencionados, ora outras vezes pretensioso. Mas se calhar, o planeta está muito bem e o problema são as pessoas. Como tão amavelmente nos lembrou George Carlin. E que os Albert Fish nos relembram. Com uma ideia também bem mais radical: “Save the Planet, Kill Yourself.”
Mas quem era o tanso que estava à espera de gentilezas, ou de qualquer coisa minimamente branda de um novo disco dos Albert Fish? Claro que isto é punk rock de levar para a rua, de gritar, de partir um vidro ou dois. E também muito directo. Em todos os sentidos. Um álbum com um tema intitulado “Fuck the Government” não deve andar propriamente atrás de subtilezas e também não foi esse tipo de atitude que Inês Menezes veio injectar desde que ingressou a banda e a revitalizou – finalmente ouvimos-lhe a raivosa voz em disco, com temas novos. Vem espalhar cólera com temas que parecem muito evidentemente actuais – “Big Brother,” “Social Media Influenza,” “Fuck Gender Roles” ou “War Business” parecem ter uma semântica muito utilizada hoje em dia. O problema é quando a coisa já deixa de parecer actual e começa a parecer… Intemporal. Aí a coisa torna-se um pouco assustadora, porque nunca saímos da cepa torta afinal.
E resta-nos, como escape, talvez não algo tão radical como o título deste furioso disco, mas pelo menos recorrer a ele para uma certa descarga de energias. Resulta. É o que nos garante que realmente o raio do punk, mesmo com altos e baixos na sua saúde, não morre. Aqui em “Save the Planet, Kill Yourself” mantém-se simples e directo, percorrendo a área por onde se pode mexer à procura de versatilidade: ora mais hardcore e rápido, ora mais rock e melódico. As mensagens são claras – e “Braço de Ferro” até é na nossa língua – para sabermos bem o que saímos daqui a cantar com eles. Que ainda é muita coisa e o “sing along” de “Destiny” é garantido. Salvemos, pelo menos, a nossa rua, ou tentemos. Para que haja sempre onde os Albert Fish tocar. Que esses vão mantendo o punk nacional a salvo.
Social Media Influenza, Proud to Be Punk, Ne Travaillez Jamais
Grito!, Booby Trap, Mata Ratos