Amenra

De Doorn
2021 | Relapse Records | Pós-metal, Pós-hardcore, Sludge metal

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Ao sétimo disco, há notas imediatas a observar-se nos Amenra. Com um álbum intitulado “De Doorn,” vemos logo e talvez estranhemos que este não é mais um “Mass” e fogem da sua habitual numeração discográfica. Um espreitar aos temas que possam abordar nas novas canções e não conseguimos decifrar, sem ajuda ou o devido conhecimento, por ser o seu primeiro registo em flamengo. Reinvenção à vista?

Não exactamente, com tudo aqui ouvido a ser inequivocamente Amenra, mas é uma expansão do paredão que é aquela fusão de pós-metal, sludge e hardcore para surpreender novos ouvidos desprevenidos, agora com potencial maior alcance, originado pela sua estreia na Relapse. “De Doorn” é mais um passo firme na imposição destes líderes da “Church of Ra” na frente de toda a música extrema e não apenas de um movimento local. Se dissermos que os riffs soam, por vezes, mais densos, que a construção das músicas é ainda mais catártica, que a berraria é ainda mais desalmada e que a aura é ainda mais atmosférica, parece que só estamos a bater nas mesmas teclas de sempre, destacando aquilo que sempre marcou os Amenra, que tornou os seus discos inesquecíveis e os seus concertos imperdíveis. E é, é uma ampliação de tudo aquilo que os Amenra sempre souberam fazer, uma prova de que o monstro de todos os anteriores “Mass” pode continuar a crescer, ao ponto de ter que sair daquela apertada caverna de onde se lamenta.

Destaca-se a produção apoteótica, as passagens ambientais com narrações em spoken word, que ajudam ainda mais ao ambiente e ao impacto da ruideira que segue e antecede, e a utilização de vozes extra para um maior contraste – falando na Church of Ra, qual é o outro nome imediato que nos sobe à cabeça com estardalhaço? Lá está, os Oathbreaker, e há aqui uma participação proeminente de Caro Tangue, vocalista do conjunto e uma das maiores berradoras que a música extrema actual tenha a sorte de ter. Tudo ajuda a expandir a palete – vai-se a ver e é tudo com tons de negro, mas até é assim que a analogia também funciona – e “De Doorn” é um perfeito exercício de expansão sem mexer naquilo que os torna especiais. Os efeitos e o impacto que um mero espinho aparenta ter.

Músicas em destaque:

Ogentroost, Het Gloren, Voor Immer

És capaz de gostar também de:

Oathbreaker, The Black Heart Rebellion, Wiegedood


sobre o autor

Christopher Monteiro

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