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Quando se lima bem uma gimmick e se faz sucesso com ela, é saber abraçá-la antes de descambar para uma piada irrelevante. E os Amon Amarth podem ser “aquela” banda viking para a maior parte – e nem é preciso falar do underground, eles já estão bem na superfície há bastante tempo – e ter um acto que realmente seja de se levar apenas parcialmente a sério. Sim, capas como a deste “The Great Heathen Army” sugerem logo um resvalo para a auto-paródia, mas tudo o resto em relação a eles tem um estatuto de conforto já conquistado.
Daí que “The Greath Heathen Army” seja de limitado entusiasmo. Há estagnação no seu acto e na sua música mas acusá-los disso como se fossem exclusivos seria injusto, sendo mal que afecta imensos dos seus congéneres, quer sejam dos que brinquem aos vikings ou não. Cada obra continua muito polida para o seu próprio bem e o modernismo que se sente nos temas também não compensa a sua previsibilidade. Ninguém quer que os Amon Amarth agora mudem de visual e comecem a falar de outra coisa qualquer – mesmo que pareçam ter introduzido um tema mais futurista à sua batalha viking – mas é de esperar as limitações e muitas canções soam a outras que já existam, com mais força, no seu repertório. Que já sejam quase banda de entrada para muitos, modernizar e juvenilizar alguns dos seus riffs como na faixa-título ou em “Oden Owns You All” não acrescenta tanto quanto compromete e a mais folclórica ode taberneira – e ao gado caprino, aparentemente – de “Heidrun” já se pode tornar um pouco cansativa para muitos.
Mas tanto os próprios como os seus mais acérrimos seguidores estão claramente a divertir-se, logo ganham mais do que qualquer cinismo como o do parágrafo anterior, logo ergamos também um corno e não apontemos só dedos. Tudo continua competente, há riffs orelhudos, – e até mesmo o simplório breakdown de “Oden Owns You All” faz abanar umas cabeças – muito refrão pronto para ser entoado de punho no ar, a voz de Johan Hegg continua impecável, reconhecível e a mais brutal de todo o melodeath, e até algumas surpresas como a presença de Biff Byford dos Saxon em “Saxons and Vikings” – pois claro! – até se revelam agradáveis. Reconhece-se um pico em “Twilight of the Thunder God” ao qual não dá para voltar e uma desculpável incapacidade de criar outra “Guardians of Aasgard” – apesar de uma boa tentativa em “Shield Wall” do disco anterior, com o seu certo mérito – para pedir muito mais que isto. Continua a ser uma água paradinha, uma batalha com bem menos poeira e sangue, mais próximo de um livro de colorir do que de um livro de história, mas também não lhe falta alguma coisa do que lhes seja normalmente pedido.
Get in the Ring, The Great Heathen Army, Saxons and Vikings
King of Asgard, Insomnium, Moonsorrow