...And You Will Know Us by the Trail of Dead

X: The Godless Void and Other Stories
2020 | InsideOut Music, Dine Alone Records | Rock alternativo, Rock progressivo

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Os …And You Will Know Us by the Trail of Dead podem até nem ter optado pelo nome mais fácil e que mais rapidamente role da língua, mas trabalharam suficientemente bem para estabelecer esse longo nome no topo do panorama do rock alternativo mais artístico. A celebrar 25 anos de carreira e chegando ao décimo disco, “X: The Godless Void and Other Stories” podia vir já pronto para ser aquele álbum retrospectivo.

No entanto, em vez de estarem apenas a olhar e a referenciar-se a si próprios, despem-se de muitas complexidades e apresentam o seu trabalho mais directo. Sempre negando o rótulo “progressivo” na sua música, é inevitável agrupá-los com outros actos do neo-prog saído de uma veia pós-hardcore como Coheed and Cambria, The Mars Volta ou Circa Survive, mesmo que com uma carga mais reduzida da raiva juvenil que completa os actos citados. E, mesmo enchendo estes cinquenta minutos de canções mais acessíveis, não deixa de se sentir um tratamento menos ortodoxo às mais viciantes melodias, como em “All Who Wonder,” que lembra uns darkhorses subvalorizados do rock progressivo Australiano, os Cog. Assim como umas passagens mais açucaradas que tragam alguns ares dos mais directos e também subvalorizados trabalhos pós-Fish dos Marillion.

X: The Godless Void and Other Stories” foi vendido pelos próprios Conrad Keely e Jason Reece, eterno seio da banda, como um disco de pop. Mas não a pop que se ouve hoje em dia nas rádios, mas sim a pop que eles queriam que desse nas rádios, inevitavelmente homenageando hits de outros tempos. E sente-se a ideia. Não deixa de ser um reconhecível disco dos …And You Will Know Us by the Trail of Dead mas lá estão os tais acessíveis temas de “art pop rock” como “Don’t Look Down”, “Children of the Sky” ou “Gravity,” que quase soa a Oasis, se eles quisessem ser os Pink Floyd em vez dos Beatles. Mas também existem fortes passagens de um hard rock de barbas, como em “Into the Godless Void” ou “Who Haunts the Haunter.” E, como é mais forte do que eles, os experimentalismos como a electrónica e pós-rock de “Gone” ou “Through the Sunlit Door” e a estranheza do crescente interlúdio “Eyes of the Overworld”. Podem continuar a negar a tal classificação de “rock progressivo,” mas para isso não continuem a fazer sucessivas propostas tão interessantes de neo-prog moderno.

Músicas em destaque:

All Who Wander, Into the Godless Void, Gravity

És capaz de gostar também de:

Coheed and Cambria, Sonic Youth, Dinosaur Jr.


sobre o autor

Christopher Monteiro

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