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Os anos 80 só acabaram para quem quisesse que eles acabassem, não falta quem ainda os viva e os faça sentir presentes. Os Angel Witch por lá ficaram e deixaram-nos adormecer – o longo período em que eram uma banda esporádica de estrada, sem nada novo a mostrar – até trazê-los de volta. É o que aqui se encontra em “Angel of Light” com apenas uma pitadinha de produção actual para não dizer mesmo que isto saiu ali por volta de 1983, mas mesmo assim ainda coisa pouca.
Mesmo com um regresso aos discos em 2012, – e com um “As Above, So Below” bastante sólido e acima do meramente aceitável – é inevitável que se sinta maior proximidade e familiaridade com o auto-intitulado de estreia, lançado há já quase quarenta anos atrás, do que do verdadeiro antecessor de sete anos. É demasiado influente, um clássico do heavy metal que marcou tudo o que seja metal tradicional ou extremo, ao qual lhe é atribuída a responsabilidade pela criação de bandas assim para o conhecidas, como Metallica. E mesmo assim, os Angel Witch não são listados na primeira Liga da NWOBHM, mantendo-se como lendários e clássicos subvalorizados, mesmo que quase todo o metaleiro da velha e da nova guarda já tenha cantado o simples e viciante refrão da “Angel Witch.” A graça que tem é que mantém um certo estatuto de culto também à volta deste novo “Angel of Light.”
E qualquer fã do heavy metal mais tradicional, quer na sua forma mais épica como na sua mais obscura, tem aqui uns óptimos três quartos-de-hora para abanar a cabeça. Mantém o mesmo tipo de riff simples e orelhudo como o heavy metal ditava na altura, deixando por vezes resvalar para o doom com uns riffs mais Candlemass-escos – “We Are Damned,” “Condemned,” “I Am Infamy” – e sem qualquer timidez para uma estrutura mais épica e progressiva, talvez com um acenar de respeito aos conterrâneos Iron Maiden – “The Night Is Calling”. Pode até dizer-se que sim, tudo o que aqui está é extremamente previsível. Mas anexada a essa previsão vinha um plano de muito headbang e air guitar como se fossem ainda os sem-vergonha 80s. “Angel of Light” confirma que vale a pena revisitar os Angel Witch ou até descobri-los, para os mais distraídos, a cantarolar uns temas à antiga em conjunto com a voz já envelhecida mas reconhecível de Kevin Heybourne, único original nesta seita. Está-se muito bem e de boa saúde aqui em 1982.
We Are Damned, The Night Is Calling, Condemned
Diamond Head, Witchfinder General, Saxon