Architects

The Sky, the Earth & All Between
2025 | Epitaph Records | Metalcore

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Amoleceram, essa é que é essa. Os Architects conquistaram o respeito no panorama metalcore, capaz de ir além desse mal amado estilo, e conquistando alguns de fora. Portanto, tudo bem, não devem explicações. Mas entende-se o porquê dos últimos discos terem sido bem mais divisórios que os estouros que a trilogia entre o “Lost Forever // Lost Together” e o “Holy Hell” foram. “The Sky, the Earth & All Between” é um seguimento desses, sim. A boa notícia é que parecem tentar desencantar mais um novo caminho.

O caos matemático não retoma, propriamente. Pelo menos da forma que o faziam noutros tempos. Mas há uma recuperação de peso, que se nota logo nos riffs de “Elegy” e na sua espessura. Recorrem ao djent. Se é boa ou má notícia, também depende de quem a recebe. O refrão adocicado está lá, e exacerbadíssimo quando chega a “Everything Ends” e é a nota escolhida para fechar, em “Chandelier.” Mantém-se a preferência pela referência Bring Me the Horizon – cujo ex-teclista Jordan Fish é mesmo o produtor – em vez das antigas mais The Dillinger Escape Plan. O trajecto dos Architects agora é este e, se ficaram desiludidos com o resultado dos discos anteriores, é possível que esta apreciação seja suficiente para tirarem uma ideia. Quem ainda encontra encanto nestes actuais Architects, “The Sky, the Earth & All Between” beneficia de ser mais variado e até algo experimental que os seus antecessores.

Contorna a sua assiduidade discográfica, – com esta brincadeira, já vão onze álbuns em pouco menos de vinte anos – mantendo espaço onde caibam surpresas. Casam o peso dos riffs mais graves, com a atmosfera electrónica, – tinham por onde ficar mais industriais mas contêm-se – e com o refrão que, por muito meloso que seja, nunca tem a sua eficácia invalidada. Até fazem esquecer o quão antigos já são, tal é a forma como se integram nesta nova onda de metalcore, onde vão reinando nomes de idolatração juvenil como Spiritbox, Sleep Token ou Knocked Loose. Pagando o preço de alienar alguns fãs, conquistarão alguns novos. Parecendo, por vezes, que andam meio despassarados à procura de factores que lhes fortaleçam a identidade. Mas ainda não estão a fazer tão má figura.

Músicas em destaque:

Elegy, Whiplash, Brain Dead

És capaz de gostar também de:

Bad Omens, Bring Me the Horizon, Spiritbox


sobre o autor

Christopher Monteiro

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