Attick Demons

Daytime Stories, Nightmare Tales
2020 | Rock of Angels Records | Heavy metal

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Pronto, já está aberta a época dos “leaks de novo single dos Iron Maiden” por aí fora, se “Daytime Stories, Nightmare Tales,” novo disco dos Attick Demons chega até nós. Cheio de material para isso, se ainda vivêssemos nos dias das aplicações de partilha de ficheiros pirateados então é que era uma categoria. Ingrato. Ingrato e muito injusto que se vá logo associar os Attick Demons a essas semelhanças, com aquilo que já fizeram e deram ao panorama do heavy metal nacional.

Para já, o heavy metal na sua forma mais tradicional até pode ter as suas variadas boas representações e todas muito diferentes das outras. Nessa “primeira liga” de actos de heavy melódico, constam os Attick Demons mas acabam por ter o seu próprio canto e o seu próprio nicho: na procura do heavy mais voltado para o power, ainda não há assim muita fartura ou excesso por cá, os Attick Demons têm imenso espaço para respirar e clamar o seu lugar como representantes dessa sonoridade mais épica. Fazem-no pescando influências aos Iron Maiden? Claro que sim, nem são só eles, mais difícil será encontrar quem não as tenha. E a voz de Artur Almeida aproxima-se muito da de Bruce Dickinson? Sim, é aí que as confusões nascem. Mas em vez de o acusar de imitação, porque não dar-lhe a devida aclamação por alcançar o tom daquele que será um dos melhores vocalistas que já tenha estado à frente de uma banda? E não me consta que o Português do Sr. Dickinson seja grande coisa para que ele conseguisse sacar de uma “O Condestável” na nossa língua-mãe, a recordar que batalhas e história de Portugal são sempre temas que combinam com esta música.

Em “Daytime Stories, Nightmare Tales” adora-se todo o heavy metal da velha-guarda, para limitarmos a referência a uma só banda. Claro que temas como “Hills of Sadness” ou “Devil’s Crossroad” pendem mais para Iron Maiden, mas também se vai a Judas Priest, ao power metal Europeu de uns Grave Digger, ao mais progressivo de uns Evergrey, àquele épico mais moderno, mas o que eles têm mesmo mais chapado em todas as nove faixas é Attick Demons. Sem transbordar realmente tanta originalidade por aí além, mas sabendo como fazer este “tributo” de forma própria tão bem executada, com tanto cuidado nos excessos e capaz de se tornar irresistível para quem peça aí um bom refrão épico mas cheio de garra para lhe erguer o punho. O trono do heavy metal de sangue mais power, que ainda pode pertencer aos Tarantula, e que sempre escapou a outros actos um pouco mais obscuros como os Oratory, pode passar aqui para os Attick Demons, que eles sabem bem o que fazer com isso. Se questionarem muito, é lembrar que o vocalista consegue cantar parecido com aquele tal muito famoso e muito bom…

Músicas em destaque:

Make Your Choice, Hills of Sadness, O Condestável

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Iron Maiden (choque!), Cruz de Ferro, Ironsword


sobre o autor

Christopher Monteiro

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