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Saltamos muito rapidamente aquela parte em que procuramos algum trocadilho com virar algo do avesso para introduzir os Avesso, novo supergrupo, se pudermos recorrer a tal vernáculo, que vem realmente brincar com o improvável, trocar-nos realmente as voltas e causar-nos um total “Desassossego” de forma tão envolvente.
A começar pela junção de músicos de backgrounds tão díspares, mais unidos geograficamente, o que acaba por lhes permitir livrar-se de qualquer amarra estilística. Se os quatro músicos não têm tantos pontos em comum na sua música individualmente, a união abre a porta para outra nova para todos. “Desassossego” é um disco experimental com canções que prendem. Experimental no sentido de ver de quantas ferramentas dá para usufruir e manter um fio condutor. A introspecção, o tal desassossego interno ao longo desta hora, tem vários capítulos mas é uma experiência contínua. Que, construído sobre alicerces de um pós-rock atmosférico mas também pesadote quando deixa os riffs gritar mais alto, é tão rico quando é minimalista, – “Saturnino” – como quando vem mesmo armar o caos – “O Doce Pulsar do Coração de Lúcifer.”
Paulo Rui, uma das mais notáveis figuras do quarteto, canta como não o costumamos ouvir cantar nos Redemptus, e muito menos nos Besta. Retoma a sua berraria característica quanto também a música ganha um peso e densidade que também não costumámos associar a alguém como os Prana. Mas essa surpresa é só um dos encantos que um disco como “Desassossego” tem, e é capaz de ser daqueles em que descobrimos sempre algo novo a cada audição. Para começarmos a conhecer o caminho, quando é que é mais calmo, quando é que irrompem os riffs assim com uns travos de sludge, – se ainda pudermos recorrer realmente a vernáculos – quando é quase ambiental, quando é outra coisa qualquer. Ocupados que sejam todos os seus integrantes, já plantaram algo que se deseja ver a crescer mais. Um “Desassossego” que nos causa um agite interno viciante e para lá vamos, a marimbar para classificações rigorosas.
A Existência dos Homens, O Doce Pulsar do Coração de Lúcifer, Se Eu Pudesse Trincar a Vida Toda
Mão Morta, Godspeed You! Black Emperor, Planes Mistaken for Stars