Baroness

Gold & Grey
2019 | Abraxan Hymns | Rock progressivo, Stoner rock/metal

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Baroness, a banda colorida mais negra está de volta quase quatro anos depois de terem pintado as suas melodias de tons púrpura e de terem dificultado a vida a muito jornalista e crítico com aquela obrigação de compilar os seus discos do ano, lançando esse “Purple” mesmo a fechar 2015, quando as listas do frete já estariam concluídas. É o que vem com um novo disco de Baroness, não vai ser só a espectacular capa que vai ser notável, o interior fica-lhe à altura. Repete-se nesta novidade agora pintada de tons dourados e cinza.

Gold & Grey” é mais um passo na acessibilidade mas, ao mesmo tempo, na complexidade do renascido colectivo de John Baizley. Cada vez mais afastado da rudeza e barba rija do sludge de tempos iniciais e com um sentido melódico cada vez mais apurado e invejável, “Gold & Grey” aumenta o seu leque de canções embaladoras e viciantes, enquanto se torna mais difícil cumprir aquela chata “obrigação” de os classificar e inserir em algum rótulo. Ainda com alguns ares de deserto em riffs stoner, – mesmo que cada vez mais ultrapassados por uns ares mais fantasiosos e, lá está, coloridos – na base da sua abordagem única de um rock progressivo, agora com mais nuances de space rock e krautrock, com a força das guitarras a tornar-se agora mais subtil sob a voz de Baizley e a deixar ganhar algumas passagens acústicas, sem esquecer aspectos revivalistas e um enorme refrão de hino sempre que possível.

É o disco mais psicadélico do repertório dos Baroness e soa a evolução e progresso a passos largos e sem medos. Com uma base definida, deixam entrar variadíssimas influências novas, explorando até ambientes novos em curtas interludes, onde há desde o acústico ao electrónico. Ainda têm malhas potentes e uma sensibilidade pop rock bem vincada. Há agressividade em riffs, açúcar em melodias e muita raiva e negrume – compreensíveis dado o percurso da banda com os seus episódios trágicos – nas letras e na voz, num contraste que faz com que os tons dourados e cinza da capa também se ouçam. Pede muitas audições repetidas e faz-nos questionar qual o próximo passo, qual a próxima cor a tomar – ele diz sempre que o próximo já não vai ser de uma cor, mas depois nunca resiste. Ficará sempre cada vez mais difícil saber onde inserir os Baroness. Já pelo seu tamanho também.

Músicas em destaque:

I’m Already Gone, Seasons, I’d Do Anything

És capaz de gostar também de:

Mastodon, Kylesa, Clutch


sobre o autor

Christopher Monteiro

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