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Num género que se engoliu a si mesmo e resta como uma paródia do que já foi, – o malogrado power metal de cabelo ao vento e espada em riste – os Battle Beast surgiram e estabeleceram-se, já nesta década, como uma interessante proposta cheia de garra que aquele género andava a precisar. Mas isso foi no “Speed” e em 2019 estamos no “No More Hollywood Endings” e já há uma grande distância, não só temporal.
Ainda há coisas a louvar na actual música dos Battle Beast: a tremenda voz da vocalista Noora Louhimo, que realmente tem uma goela de ouro; mesmo com o bom gosto por vezes em falta, ainda são songwriters decentes na hora de criar algo de ficar no ouvido. Não dão total uso a esses dotes num disco indeciso entre manter o cortante e directo heavy/power que lhes trouxe atenção, ainda nos tempos da primeira vocalista, – “Unbroken” e “Piece of Me” dos melhores exemplos – trazer um hard rock mais acessível e a pender para o AOR, – se já leram a referência Bon Jovi para “Unfairy Tales,” não é nada descabida – piscar o olho aos fãs de Within Temptation, com muito elemento sinfónico – “Raise Your Fists” perdeu-se de algum disco pós-Silent Force? E “World on Fire” de algum dos Nightwish pós-Tarja? – e serem uns baladeiros vindos directamente da década de 80 – a embaraçosa “Endless Summer” faz-nos pensar num universo paralelo onde os Starship tocam metal. E ainda uma brincalhona “The Golden Horde” a enganar-vos, a fazer de conta que vai começar um tema de eurodance, antes de irromper no tema de power metal mais genérico de todo o álbum, afinal.
O que podia resultar num disco variado só resulta numa salganhada da tal indecisão, com músicas a variar demasiado na qualidade para que se encontre consistência ao longo de todo o disco. “No More Hollywood Endings” tem um título estranho, tem um punhado de canções muito boas, outro tanto de canções desinspiradas e ainda ali um resto de tentativas terríveis. Também tem um vozeirão mal aproveitado. Ao quinto disco e já com nome estabelecido, não deviam ser apenas uma banda “com potencial” e este disco já devia ser mais do que uma recriação de uma playlist que misture uns Sabaton ou uns Hammerfall com alguns clássicos do dad rock…
Unbroken, No More Hollywood Endings, Piece of Me
Beast in Black, Kobra and the Lotus, Sabaton