Benighted

Ekbom
2024 | Season of Mist | Deathgrind

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Uma intro desnecessária abre este “Ekbom,” sim. Inicia “Scars” e é aquela brutalidade a toda a velocidade. Um pig squeal daqueles de causar medo até aos próprios porcos e não restam dúvidas: esta selvajaria toda só podia ser dos Franceses Benighted e ficamos curiosos para o que vem a seguir: isto vai ser ainda mais à bruta ou já nem dava para mais?

Lá se viu que o pedal do travão era obsoleto aqui e deixaram-no para trás. Se a coisa abranda é para um breakdown cortante como o de “Morgue.” São de sessão de pancadaria rápida e eficaz, em vez de tortura lenta. E, com uma bateria estonteante e riffs de causar problemas crónicos de pescoço, – e lá aparece também ali uma pendência para a técnica e para a melodia como em “Le Vice des Entrailles” – continua a ter que ser o sacana do Julien Truchan a roubar o show com todo aquele rugir de loucos, ainda com o maior e mais assustador pig squeal a fazer-nos duvidar que saia de uma garganta humana. Será ainda a maior besta na bem bruta cena do deathgrind e aqui isso é dito como o maior dos elogios.

Ekbom” é mesmo daqueles álbuns que não têm espaço para surpresas e são tão bons pela sua simplicidade. É começar sempre a abrir, não abrandar, sem fillers, disparar riffs tão criativos quanto simples – a malta dá por si quase a dançar com a passada de “A Reason for Treason” sem se aperceber – e instala-se um prototípico álbum de brutal death/grind exemplar que se equiparará ao melhor que uns Cattle Decapitation ou Aborted editem. Pelo meio trabalha-se subtilmente também nas atmosferas – havia black metal na música dos Benighted inicialmente, lembram-se? – e conseguem erguer uns polegares de fãs do chavascal dos Anaal Nathrakh e instalar o terror com o fecho de “Mother Nature, Mother Whore” – não é a coisa mais estranha que constroem à volta de um tema maternal, como se lembrarão os ouvintes do álbum anterior. É Benighted no seu mais inconfundível e a conseguir superar a intensidade do “Obscene Repressed,” o que já é dizer bastante.

Músicas em destaque:

Scars, Morgue, Mother Nature Mother Whore

És capaz de gostar também de:

Cattle Decapitation, Aborted, Dying Fetus


sobre o autor

Christopher Monteiro

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