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Somos uns saudosistas sentimentais, sempre. Tiram-nos alguma coisa e, meros momentos depois, já estamos a suspirar por elas de volta. O certo é que ainda se sente a falta dos The Dillinger Escape Plan em qualquer panorama. E já temos assim uns ares da sua graça, com uma reunião celebratória com o original Minakakis na voz, que alguns poderão desfrutar nos seus limitados concertos. Além disso, Greg Puciato continua tão irrequieto como sempre e faz coisas suficientes, no seu vasto espectro musical, para ter coisas que lembrem a banda. Além dessa entidade, diz que também houve assim um fim conturbado dos Every Time I Die que deixou amarguras em muitas bocas. Para encher esse buraquinho no nosso estômago consumidor de peso caótico, fizeram-se os Better Lovers.
“Highly Irresponsible” é o longa-duração de estreia que vem confirmar o hype deixado pelo potente EP. E é, de facto, altamente irresponsável dispensar isto como um mero capricho de supergrupo, lá porque funde Puciato, três ex-Every Time I Die e Will Putney dos Fit for an Autopsy. Superestrelas, e já meio a dizer-nos ao que vão soar. E, por acaso, não nos enganam, é mesmo hardcore metalizado com múltiplos espasmos matemáticos e um arzinho sulista a tornar o clima mais quente. Tanto parece que podia realmente seguir o “Dissociation,” e com muito escape vocal melódico de Puciato que lembra o “One of Us Is the Killer,” como nos lembra o quão sofisticados andavam a ficar os Every Time I Die quando chegaram ao “Ex Lives.” E não é uma colagem. Um conjunto breve de malhas, sem fillers, isso sim.
A adoração de Puciato por Alice in Chains que o levou a recentes colaborações com Jerry Cantrell também trazem qualquer coisinha da banda de Seattle, mesmo que numa versão bem mais frita, à maneira do tal mathcore que estas bandas já aqui supracitadas ajudaram a desenvolver. Demasiado melódico para ser puramente hardcore, mas com muita loucura e chinfrineira sem travões – apesar de também resultar bem quando usufrui deles – para que passe por um mero metalcore bubblegum que já encheu e manchou o dito rótulo. Variado mas uniforme, um pouco mais melódico e menos punk que o EP. Muita berraria de deixar o cérebro em papa, mas muito refrão de cantar a pulmão cheio. Afinal isto até se simplifica e diz que é um grande disco, que os Better Lovers não deviam ser só um supergrupo de passagem, e também é “highly irresponsible” deixar passar ou descartar isto.
Deliver Us from Life, Superman Died Paralyzed, Love as an Act of Rebellion
The Dillinger Escape Plan, Every Time I Die