Blaze Bayley

Circle of Stone
2024 | Blaze Bayley Recordings, Dynamo Records | Heavy metal

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Mesmo se evitarmos falar do assunto é com muito esforço, tornou-se aquela chatice inevitável. Que é falar do currículo de Blaze Bayley. Não dá para avançar os tempos em que foi vocalista dos Iron Maiden naquelas “férias” de quase uma década de Bruce Dickinson. E isso porquê? Porque tudo vai servir de base para comparação. Ainda por cima, aí o Sr. Piloto também lançou um novo disco a solo uma semana depois deste “Circle of Stone.” Quão injusto é que o décimo-primeiro álbum deste vocalista tão experiente ainda tenha que potencialmente sofrer com uma sombra dessas?

Muito. O seu caminho já está mais do que traçado e recorremos a Blaze à procura de algo que se aproxime mais do power metal europeu, sem renegar toda a influência do heavy tradicional Inglês. Quando procuramos algo assente no progressivo, mas sem renegar a canção. Já quase se tornou a marca de Blaze lançar álbuns com qualidade que o reforcem mesmo como um underdog subvalorizado da cena onde se move. E que também tem ainda um impressionante trabalho vocal, também ele não caminhando para novo e a recuperar de sustos de saúde. Blaze Bayley podia ter baixado os braços há muito tempo e ter-se deixado desmoralizar pelo fantasma da passagem pelos Iron Maiden e em vez disso anda a criar um legado que muitos dos que não lhe prestaram atenção assim que saiu da lendária banda ainda hão de lamentar quando finalmente lhe derem uma oportunidade para o descobrir.

Com isto, pretende dizer-se que “Circle of Stone” é um disco genial? Não. Mas o “The Mandrake Project” também não o é, já que é para andar sempre com este à perna, para a comparação. Mas é uma boa sessão, sem fillers, com malhas como “Tears in Rain,” “Ghost in the Bottle,” ou “The Path of the Righteous Man” a servir de viagem segura para o melhor que tinha a década de 80. Não se perde muito em devaneios progressivos mas o lado épico e emocional domina uma “A Day of Reckoning” e fecha, em dueto, com uma “Until We Meet Again” na qual ainda consegue badalar com a classe que os Queensrÿche já tiveram, em tempos. E se é para o colar ao passado, digamos então que uma “Mind Reader” ou uma “The Year Beyond This Year” seriam bons temas do “The X Factor.” Nada a provar, no entanto parece que temos sempre aqui a missão de lembrar as pessoas o grande vocalista que é Blaze Bayley. Mais uma proposta acima do meramente sólida do vocalista dos Wolfsbane. Só para lhe chamar alguma coisa diferente, de vez em quando.

Músicas em destaque:

The Year Beyond This Year, Circle of Stone, A Day of Reckoning

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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