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A espera foi curta. Um ano e meio foi suficiente para nova prenda dos Bloody Hammers que queriam um outro tipo de terror mais clássico a abrir o ano de 2021, que não fosse o terror deixado pelo ano anterior. É o que dá ter muito tempo. Anders Manga, mentor deste projecto, já estava pronto para uma digressão mas, como tocou a todos, não pôde acontecer… Lá se fechou a escrever e gravar umas quantas “Songs of Unspeakable Terror” para celebrarmos o Halloween muito mais cedo este ano.
A julgar por essa rapidez e pela breve meia hora de duração, até tememos que este novo disco seja um mero anexo do excelente “The Summoning,” uma colecção de sobras. Para isso também teríamos que pôr em causa o exímio songwriting e capacidade deste casal da Carolina do Norte em criar das mais pegajosas canções que existam na música actual pesada. Percebemos logo de onde vem essa curta duração: da imediatez de muitos temas, a abordagem mais directa e a nova influência. É isso que vem surpreender, uma nova influência. Ainda somos perfeitamente capazes de colocar o rótulo “Bloody Hammers” em cada riff, no seu tom, na voz de Anders e nas melodias. Mas também notamos logo que o doom metal clássico agora fica no banco de trás e quem conduz tudo isto é um punk de sangue na guelra. Lerão isto em qualquer sítio: aqui transpira-se Misfits.
A adoração ao clássico está lá, mas já não é tanto ao rock gótico à antiga e faz de “Songs of Unspeakable Terror” o clássico perdido de horror punk que não sabíamos que estava em falta, nem esperaríamos que viesse dos Bloody Hammers. É quando se desapegam e deixam todas as diferentes influências fundir-se que resulta nas suas melhores canções, – “A Night to Dismember,” “Night of the Witch,” “The Brain That Wouldn’t Die” ou a surpreendente, sinistra e baladeira “Lucifer’s Light” – porque é quando Anders canaliza o seu melhor Danzig e os teclados de Devallia mal marcam presença que surgem as fragilidades: os riffs repetitivos, os refrães demasiado simplistas para o que sabemos que conseguem fazer, as canções menos memoráveis que, num disco tão curto, e não fossem uns pontos tão altos presentes, podia ser grave. Não falta boa música de adoração aos clássicos do terror, logo temos Bloody Hammers em boa forma. Contudo, é um passo atrás. Felizmente não coloca em causa a identidade e os fantásticos dotes de escrita de canções.
A Night to Dismember, The Brain That Wouldn’t Die, Lucifer’s Light
Ghost, Misfits, The Cramps