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Cá estão eles, por muito que se tente contrariar a ideia de que música nova dos Bon Jovi não se justifica. E vamos ouvir sempre, que lendas do rock de cassette no carro são eles, quer todos queiram admitir ou não. A força do hino de há décadas atrás perdeu-se, cada vez se distingue menos a banda de Jon Bon Jovi a solo, e muita canção fica para trás, sem impacto. Cada novidade de Bon Jovi serve para recordar os hinos que já fizeram noutros tempos e que o seu estatuto é intocável. Há lá título mais simples do que “Forever,” assim apresentado de forma a compor a frase “Bon Jovi Forever.” Eles sabem quem são.
E com um título como “Legendary” até parecem tão presunçosos quanto realmente têm direito a ser, mas diz que a canção é dedicada à Sra. Bongiovi. É a seguinte, “We Made It Look Easy” que o faz e ainda bem. Toda a carreira dos Bon Jovi agora deve ser a de um Jon Bon Jovi grisalho a recordar quando era um jovem todo cheio de gás? Sim. Há noção nisso. Outro “Slippery When Wet” não se faz, mas até somos surpreendidos pela “Living Proof” e pelo quão Bon Jovi a rockar à moda antiga é. Querem ver que afinal sai daqui algo que não estávamos à espera? A seguinte “Waves” traz qualquer coisinha do “These Days” para aqui, mas fica-se por aí. Retoma-se o heartland rock seguro, o JBJ reflectivo e romântico, muito baladeiro – não temos uma primita da “Bed of Roses” para tirar a amargura dos seus devaneios country da boca, mas temos uma apaixonada dedicatória à sua primeira guitarra que o faz parecer um adolescente estranho – e a conseguir bons ganchos, – “Walls of Jericho,” “Living in Paradise” – mas que vêm do mesmo lote mais desenxabido de onde vem muito hino do “Bounce” para a frente.
E chega. Presta tributo ao seu próprio passado e às suas referências. Sim, que todos ouvimos a “All the Young Dudes” ali na “Seeds.” Um Jon Bon Jovi que só quer paz e amor para todos, o papá choroso de “Kiss the Bride,” um “Hollow Man” sonhador. Que importa o quão mediano seja o álbum, quando é tudo tão afável e ainda temos elogios a prestar da categoria de “melhor álbum da era pós-Sambora” ou de parecer mais um disco de uma banda completa do que “2020.” Que não nos lembrássemos de uma única música deste conjunto – e é coisa que acontece com outras propostas anteriores mais recentes – e um disco novo dos Bon Jovi tem o propósito de ser o lembrete que o durão de cara cerrada se recusa a admitir: os gajos são os maiores.
Living Proof, Waves, Seeds
Bon Jovi pós-2000, Bruce Springsteen, Bob Seger