Carnifex

Necromanteum
2023 | Nuclear Blast | Deathcore

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E chegou a vez do deathcore de ter o seu revivalismo. Parecem cada vez mais imediatos, já que parece ter sido ontem que estávamos a revirar os olhos perante mais uma imitação dos Suicide Silence ao virar de cada esquina. Uma nova remessa de bandas anda aí na ponta da língua do povo, com hypes que talvez passem por cima da cabeça de muita malta fora do espectro, a misturar novas influências no pesado e simplista subgénero mal-amado. E depois há os antigos como os Carnifex, nisto há já quase duas décadas, que respondem a essa juventude com um “Necromanteum” despido aos básicos e primórdios.

Já foi um pouco assim que eles foram sobrevivendo. Com uma fidelidade à sua base, subtil nas suas novas influências. Lá se notava um arrepiante tremolo em riffs daqueles mais básicos e víamos que entrava uma brisa de black metal, que temos que a reconhecer baixinho, não vá o fã purista e severo do género ouvir e dar-lhe qualquer coisinha. “Necromanteum” também tem um pouco, algo de uma atmosfera sinfónica também, mas nada que faça encontrar aqui os Winds of Plague. Sem alarmes. “Necromanteum” é mais simples que os seus antecessores, deathcore como manda o livro das regras. Mas com uma classe, peso e pujança como manda o de death metal. E o breakdown de “Heaven and Hell at Once” é de mandar o durão da moshpit para casa contente.

Sendo tão aparentemente simples à primeira, com a fórmula certa para ter o seu devido “thumbs up,” lá vai revelando pormenores pontuais que elevam o disco. É um álbum esperto afinal. E se tem os riffs e breakdowns todos no sítio para saírem daqui todos com cara de mau, uma das coisas que se descobre traz um sentido sorriso à cara também: a proximidade aos The Black Dahlia Murder. Não é qualquer tipo de coincidência, está mesmo repleto de tributos a Trevor Strnad. Uma banda influente a prestar tributo tão grande a uma das suas influências. Traz pontos extra de inocência e honestidade que ajuda à personalidade deste “Necromanteum.” O que podia ser apenas um disco a valer pelo legado que o antecede, afinal ainda consegue, pelo meio da castanhada, destacar-se na discografia.

Músicas em destaque:

Necromanteum, Bleed More, Heaven and Hell All at Once

És capaz de gostar também de:

Suicide Silence, Whitechapel, All Shall Perish


sobre o autor

Christopher Monteiro

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