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Têm uma vida dura, estes Chevelle. Já tantos anos de carreira e não se livram da cruz que são as comparações. Não parece dar para se dizer o seu nome sem vir o eco atrás a dizer “Tool.” “Niratias” já é o nono álbum da banda. E a conversa ainda é a mesma, ainda é difícil dividir as reacções sem ser entre o mais puro cinismo e a defesa acérrima, sem meio termo.
E podem ser duas “populações” muito sensíveis. Fãs de Chevelle poderão jurar a pés juntos que não há tantas semelhanças quanto isso e até se fazem surdos à voz de Pete Loeffler, tão próxima à de Maynard que se torna desconfortável. E também aqueles fãs de Tool muito intelectuais, e que repudiam totalmente que se considere que haja nu metal na receita da música dos Tool, dói-lhes aperceber-se que, extraindo aquela esquisitice que os caracteriza, o que fica podiam ser os Chevelle. Se “Niratias” fosse uma experiência com essas cobaias, até podíamos ter ambos com interesse desperto pela inicial “Verruckt,” um instrumental que até apresenta um bom riff, do mais pesadote que estes já fizeram. Entra a voz em “So Long, Mother Earth” e voltamos ao mesmo. Um disco que até se quer apreciar pelo que é, como talvez o seu registo mais atmosférico, progressivo e interlúdico – que são adjectivos que fazem nada para os afastar das comparações, mas não sejamos tinhosos também por aí – mas sempre com o mesmo fantasma a assombrar.
É mais um disco para agradar aos fãs de Chevelle já conquistados e que conseguem olhar além disso. De resto ficam algumas malhas que até tenham a sua graça, que também procurem outras referências que não vão assim tão longe, tipo Deftones, como “Peach,” “Remember When” ou “Ghost and Razor” e que se possa desfrutar alguma vez ou outra, – ou então recorre-se ao “Wonder What’s Next” que sempre tem êxitos antigos que já se conhecem bem – até ser sobreposto pelo incómodo de serem uma banda com mais de 25 anos de carreira, já no seu nono álbum, e que ainda não tenham conseguido moldar uma identidade que se distancie de outras. Mesmo quando ouvimos aqui algo mais diferente, como “Endlessly,” que realmente nos lembra outra coisa… A Perfect Circle. Mais precisamente a “So Long, and Thank You for All the Fish.” Assim torna-se difícil. Os Chevelle podem carregar uma cruz, mas são responsáveis por ela.
Peach, Remember When, Ghost and Razor
Tool, A Perfect Circle… Ou não. Talvez Karnivool.