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Assassinos, serial killers e essa boa gente toda nunca deixam ou deixarão de existir, infelizmente. Mas dão assunto. E podcasts criminais já existem ao pontapé e os documentários e séries da Netflix têm o efeito bizarro de os glamourizar e arranjar-lhe fãs muito estranhos/as. Se há fascínio por tema tão negro que seja feito à bruta. Sete anos sem um disco dos Japoneses Church of Misery e “Born Under a Mad Sign” chega em boa hora. E já ali com o jeitoso do Fritz Harmann, o Carniceiro de Hanover, na capa.
Para quem já conhece o espesso doom metal praticado pelos Japoneses, não deve esperar ou querer qualquer surpresa no novo álbum. A instabilidade do alinhamento podia atrapalhar, – e anda a celebrar-se pouco o regresso de Kazuhiro Asaeda à voz, ao que parece – mas o persistente Tatsu Mikami soube bem de quem se rodear para voltar a mergulhar na brutalidade e no sadismo da mente de um psicopata. Mas para fazer algo bom. Como um dos seus melhores álbuns, ali mesmo a pedir para ir para o pé dos clássicos. Claro que a palavra-chave é riff. E basta colocar isto a tocar que os primeiros segundos nos convencem. E bem mais justo do que uma classificação numérica no final deste texto seria um botão de play para reproduzir o riff de “Most Evil.” Fazia mesmo mais jus do que o tal número.
A escola Black Sabbath está bem estudada e não têm vergonha em mostrar os diplomas. A psicadelia está bem aplicada, nem precisam cá de fumos para trazer a ginga de stoner – capaz de trazer imensa alegria a uma “Murder Castle Blues,” cantiga sobre um infame hotel alegadamente utilizado para assassinar os seus hóspedes com o propósito de venda a escolas medicinais. Ou seja, tudo o que seja mais Church of Misery, o que demoliu tudo em “Master of Brutality” e puxou a aclamação em “Houses of the Unholy” está aqui e na sua melhor forma. O impressionante fuzz do baixo lembra qual é o instrumento que Mikami, já líder disto, toca e a forma como o refrão de uma “Come and Get Me Sucker” – muito de hino para algo sobre o líder do culto Davidiano, David Koresh – convive com o peso do riff são algumas entre as imensas derradeiras provas de que isto não é só uma gimmick. De psicopatas, genocidas, serial killers e outros que tal está a história cheia. O bom que tiramos de algo tão horrendo? Há muita coisa para os Church of Misery falar e nesta língua. A do riff.
Beltway Sniper (John Allen Muhammad), Most Evil (Fritz Harmann), Murder Castle Blues (H.H. Holmes)
Acid King, Goatsnake, Fu Manchu