Corey Taylor

CMFT
2020 | Roadrunner Records | Hard rock

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Quer mascarado nos Slipknot ou até mais despido até ao núcleo das suas emoções nos Stone Sour, Corey Taylor já tem o seu próprio nome com tão grande dimensão como o das suas entidades. Não ia tardar muito até que começasse realmente a lançar-se em nome próprio, ainda para mais com os Stone Sour em hiato indefinido. Corey Motherfucking Taylor é muito pretensioso, então? Com certeza, fica então CMFT para os amigos.

Pergunta-se quais serão as expectativas, quais as liberdades que Corey toma ao encontrar-se apenas com o seu nome para assinar um disco. Um artista muito experimental nunca foi para ser assim tão inventivo aqui e, para deixar o meloso sobrepor-se ao agressivo, já tinha os Stone Sour e até mesmo os próprios Slipknot escorregavam para lá. “CMFT” é para ser mais simples ainda, e acaba por ser apenas um tributo de Taylor a todas as suas influências, das mais às menos pesadas, num conjunto de canções que o terão divertido imenso na sua escrita e gravação. Hard rock, metal comercial moderno, que já lhe associámos sempre, assim como country e um rock mais sulista. Muito ainda para apontar: a vibe sleazy de “HWY 666,” um refrão mais bubblegum de “Black Eyes Blue,” a conhecida adoração por Motörhead em “Meine Lux,” aquele feel good veranil de “Kansas,” o metal moderno musculado de “Culture Head,” um throwback ao auge das fusões com rap e metal de “CMFT Must Be Stopped,” na companhia de Tech N9ne e Kid Bookie, assim como o total punk juvenil de “European Tour Bus Bathroom Song” – quanta expectativa haveria para um título desses?

A voz já é inconfundível e todas as várias cores e sonoridades que vai experimentando pelo disco fazem-no parecer mais uma compilação de canções nas quais Corey participou em diferentes fases da sua carreira, em vez de um álbum verdadeiramente coeso. E, mesmo assim, sem tirar totalmente o sabor de que algumas destas canções podiam ser sobras dos Stone Sour – visto que nenhuma chega à agressividade dos Slipknot. Um meio do disco mais esmorecido, com dificuldade em encher tudo de canções tão memoráveis como as que se encontram no início e no fim e, após umas audições, acaba por se tornar descartável e lá voltamos para as suas bandas do costume. Apesar de tudo é um álbum divertido, faz juz ao seu famosíssimo nome e proporcionará tanta diversão aos seus fãs incondicionais como terá feito a ele próprio.

Músicas em destaque:

Black Eyes Blue, Meine Lux, CMFT Must Be Stopped

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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