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Uma banda lendária e representativa de todo um extremo género de música. Dois vocalistas para divisões de eras – e que se fiquei por aí a divisão, vivemos muito bem com o contributo de ambos. Que andam a fazer? Um a dizer disparates e calamidades a cada vez que abra a boca – ou uma rede social, não podia deixar de ser – e a não conseguir mais erguer a sua banda além da mediocridade. O outro, a divertir-se, a manter a chama dos Cannibal Corpse bem viva e relevante, e com credibilidade para se lançar a solo, nem que seja só para uma brincadeira.
George “Corpsegrinder” Fisher já tem a legitimidade para um álbum a solo, por muito improvável que isso soe, por parte de um vocalista de uma banda de death metal. Só para a diversão, nem que seja a dele próprio, e dar aso a algumas ideias que talvez não encaixassem num trabalho dos Cannibal Corpse. Sim, a primeira coisa que assumiríamos é que isto seria alguma compilação de sobras de canções que não seriam suficientemente boas para estar nos seus últimos discos, mas na verdade há suficiente para distanciar da sua principal banda. Claro que a voz é inconfundível e não engana ninguém. Está é daquelas goelas que mal a ouvimos, identificamos logo e visualizamos de imediato o pescoço que a porta. Mas o resto até que tem algumas surpresas.
Para se apresentar em nome próprio, Corpsegrinder aborda as duas vertentes: a da velha-guarda, de onde vem e que ainda adorará; uma mais moderna, que lembra que ele não é um resmungão preso no tempo que acha que tudo o que a miudagem faça agora é nocivo à pureza do death metal. Tudo convive de forma saudável por entre riffs directos e poderosos, com soberania do groove perante técnica. Mas isso é o que já lhe conhecemos, também temos momentos que buscam mais a hardcore e crossover, assim como uns breakdowns mais modernaços e uns surpreendentes slams. Também não se surpreendam com alguns riffs bastante beatdown que possam aparecer aqui, afinal Jamey Jasta é o produtor e um aroma a Hatebreed aqui e ali até nem atrapalha. Voltando a fazer o escusado e a trazer o colega e antecessor na banda, o Sr. Barnes, se calhar é esta simplicidade directa que anda a tentar fazer com os Six Feet Under. Porém não nos divertimos metade aí do que com esta inesperada proposta de Corpsegrinder, o feliz pai de família que ainda sabe escrever das coisas mais violentas e sádicas que já tenham sido vociferadas e editadas em música. No fundo, sem ser algo de muito espantoso ou de se destacar, justifica-se por aquilo que vem precisamente ser: uma breve e directa descarga que nos coloca o pescoço à roda, na tentativa de imitar o próprio em mais uma das suas imagens de marca.
Acid Vat, Devourer of Souls, Master of the Longest Night
Cannibal Corpse, Paths of Possession