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Podíamos vir para aqui com as habituais brincadeiras de que os Corpus Christii são a melhor banda de black metal Norueguês a sair de Portugal. Mas vamos antes olhar para o nosso panorama de black metal, tão riquíssimo e nós ainda a olhar para as referências exteriores, mesmo que sejam inevitáveis. É Corpus Christii, Decayed, IRAE, Morte Incandescente, Fili Nigrantium Infernalium, assim só para enumerar uma “liga dos grandes” e que lidera todo um movimento onde há muita coisa e da boa. E Corpus Christii a ter o seu devido reconhecimento lá fora como uma força de black metal a ter em conta em todo o território Europeu. Com fidelidade aos seus maléficos princípios. O novo chama-se “The Bitter End of Old” mas não parece antever ou causar qualquer fim do “velho testamento” do mais gélido e blasfémico género de música extrema.
Não se mexe em fórmula vencedora, e sabendo como dar a sua subtil identidade a cada disco, singra-se com uma base constante. “The Bitter End of Old” segue o que conhecemos dos Corpus Christii mas volta a impressionar. Nunca dispensam o riff memorável e entregam-nos a agressividade frenética e frontal, assim como uma parte mais atmosférica e soturna, em balançada quantidade. “The Predominance,” por exemplo, é malha de nos trocar as voltas, tais são os cortes e mudanças de direcção e velocidade. Depois temos muito a desfrutar por entre os riffs, potencialmente com alguns dos seus melhores aqui apresentados, com velozes passadas que talvez remontem a uns Beherit não-ambientais, com um caos instalado a atingir o pico do perturbador ali no frenesim de “Fragmented Chaos Disharmony.”
Mas não têm medo da melodia, nem têm medo do épico. Que pode parecer um palavrão mas não tem que o ser, afinal ainda está para aparecer banda que pratique disto e renegue Bathory. E, para confirmar a eficácia dessa vertente, verifiquem lá o clímax apocalíptico de “From Here to Nothing” e não o combatam, deixem-se ir. Em “The Bitter End of Old” não se procura tanto a originalidade, mas justifica-se sempre a falta dela. É black metal e bem sabemos que é um género muito obscuro mas que já existe por aí ao pontapé. Com muita coisa vazia, pintada por números, mesmo que seja só com preto e branco. A entidade Corpus Christii nunca fez disso e até mostra, neste álbum e nos seus antecessores, o quão rico o black metal pode ser na sua base. “The Bitter End of Old” até harmoniza, de forma assim tão devidamente caótica, a parte violenta e a melódica. Ali como aquele novo dos Watain, que está realmente fantástico, mas ao qual este não deve propriamente algo…
Unearthly Forgotten Memory, Fragmented Chaos Disharmony, From Here to Nothing
Decayed, Mayhem, Marduk