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Vamos arrumar de vez o debate sobre o nome que vende este álbum, se devia ser considerado mesmo um álbum de Cynic, dadas as chocantes mortes prematuras dos membros Sean Reinert e Sean Malone em 2020. Porque não é “Ascension Codes” um álbum a solo de Paul Masvidal? Porque não devia ser, o mais ideal tributo e luto a dois membros nucleares da influente banda é feito assim, com um novo álbum de Cynic, a capturar-lhes aquela faceta mais suave e sempre a soar a Cynic.
Em termos de sonoridade, também é o nome Cynic que mais faz sentido, a capturar tudo o que sempre defenderam no que diz respeito ao mais fora-da-caixa que a música de peso possa oferecer. Já bem longe vão os tempos iniciais de um malicioso death metal técnico e não é por parecerem realçar cada vez mais o seu lado espiritual que desviam a atenção da sua fusão de jazz e de como praticam um rock progressivo, com o mesmo espaço para a melodia e para o peso, esse que já fica mais para segundo plano em “Ascension Codes,” o seu trabalho mais ambiental e atmosférico, repleto de curtas introduções e interlúdios entre praticamente todos os temas – os tais códigos, caso os títulos confundam.
Mais do que uma experiência celestial, é um álbum de se prestar atenção mesmo que as suas interrupções e longas construções – essa parte já é habitual – possam fazer dispersar um pouco. E vai além daquilo que, em tom mais leigo, se pudesse considerar “algo que um Steven Wilson menos pretensioso fizesse,” vai pelo inteligente uso da electrónica e a forma como convive com o prog rock mais setentista que se sente na instrumental “The Winged Ones” ou nos sintetizadores mais AOR de “DNA Activation Template” ou com um refrão mais orelhudo como em “Aurora.” É Masvidal a conhecer melhor que ninguém a identidade da banda que ajudou a moldar, acompanhar-se de músicos talentosos que entenderam perfeitamente a tarefa, e a manter o nome Cynic vivo. Que não supere os seus espaçados antecessores, compreende-se, e talvez haja alguma adaptação requerida para este “Ascension Codes.” Mas é um disco feito com respeito e até abre a possibilidade de uma continuidade dos Cynic. Que nem precisa de ser já a correr, porque já sabemos como funcionam.
Architects of Consciousness, Aurora, Diamond Light Baby
Between the Buried and Me, Porcupine Tree, Psychotic Waltz